Entre a cruz e a espada. Esse antigo ditado popular se encaixa perfeitamente na atual situação do prefeito de Dourados, Murilo Zauith. Ontem, em encontro realizado em Brasília, o presidente nacional do PSB, governador de Pernambuco, Eduardo Campos, orientou o prefeito de Dourados, e também presidente regional do partido, a entrar na disputa eleitoral deste ano em Mato Grosso do Sul.

Ao lado de Campos e outras lideranças políticas, Murilo participou do lançamento das diretrizes para o programa de governo da aliança programática PSB e Rede Sustentabilidade, na Câmara dos Deputados, em Brasília.

O governador pernambucano quer que além do prefeito de Dourados, as bases do PSB se organizem e lancem candidatos aos cargos majoritários nos Estados a fim de fortalecer a sua candidatura à Presidência da República.

Apesar da determinação expressa do comando nacional, Murilo deve se reunir com seus correligionários para discutir o melhor caminho a seguir com vistas às eleições de outubro em Mato Grosso do Sul.

O líder socialista também está sendo cortejado por dirigentes e líderes de várias legendas que estão de olho em selar uma aliança, entre os quais, o ex-prefeito de Campo Grande, Nelsinho Trad, pré-candidato do PMDB à sucessão do governador André Puccinelli (PMDB).

O senador Delcídio do Amaral (PT) também tem interesse no apoio do socialista, cujo partido é visto como o fiel da balança na disputa rumo ao Parque dos Poderes. Pesa em favor de Murilo o fato de administrar a segunda maior cidade do Estado depois da Capital.

Pólo regional de desenvolvimento, Dourados é referência econômica do Estado e, por isso, vários prefeitos da região dependem de sua estrutura para conduzir os destinos de seus municípios, principalmente na área de saúde pública.

Ocorre que se quiser entrar na disputa, Murilo terá de renunciar ao cargo, abrindo espaço para o vice-prefeito, Odilon Azambuja (PMDB).

COM REINALDO AZAMBUJA

Em Brasília, Murilo esteve com o deputado federal Reinaldo Azambuja, principal expoente do PSDB no Estado. Na conversa, os dois líderes políticos trocaram impressões a respeito do processo sucessório local.

Azambuja tenta se organizar na tentativa de disputar o Senado. Apesar de cortejado por Delcídio e Nelsinho Trad, o tucano ainda não sabe ao certo qual será o seu destino político com vistas às eleições de outubro.

No encontro, ocorrido no gabinete do tucano em Brasília, eles conversaram sobre projetos para Dourados, propostas para o desenvolvimento do Estado e também sobre a possibilidade de aliança nas eleições deste ano.

Conforme o Azambuja, as direções nacionais do PSDB e do PSB orientaram as executivas estaduais a buscar parceria nos Estados em que a união é possível. O tucano acredita que em Mato Grosso do Sul é possível as duas siglas caminharem juntas na disputa eleitoral.

Murilo também considera a parceria viável em Mato Grosso do Sul, cuja aliança poderá mudar os rumos da política estadual. “Em nível nacional, Aécio Neves (PSDB) Eduardo Campos (PSB) e Marina Silva (PSB) têm uma boa relação. Também aqui no Estado estamos fazendo a Rede de Sustentabilidade, que se juntou ao PSB, e temos a obrigação de ter uma proposta e participar do próximo pleito. Esses partidos vão estar presentes no debate”, afirmou. “Temos de dialogar e fazer com que a gente possa levar a nível estadual o projeto nacional de estreitar nossas conversas”, disse Murilo.

Fonte: MS Atual