'Não tenho conhecimento de malfeito de Graça', diz chefe de Minas e Energia

16/01/2015 17:12 Política
Eduardo Braga, ministro de minas e energias. Foto por Pedro Ladeira/Folhapress
Eduardo Braga, ministro de minas e energias. Foto por Pedro Ladeira/Folhapress

O ministro de Minas e Energia, Eduardo Braga, afirmou nesta sexta-feira (16) não haver motivo para substituir a presidente da Petrobras, Graça Foster, por não existir "qualquer indício ou prova contra ela", mas que "isso pode mudar amanhã".

Em entrevista no Rio, Braga descartou qualquer mudança na diretoria da estatal. "Até onde conheço, não existe indício ou prova contra Graça. Não tenho conhecimento de envolvimento de nenhum malfeito na Petrobras, nem na diretoria de Gás e Energia nem na Secretaria Executiva do Ministério de Minas e Energia", disse.

Ele reafirma o que já havia dito nesta quinta (15), em entrevista à "Globonews" –antes de o ex-diretor da Petrobras Nestor Cerveró, preso na terça (13), ter dito que o lobista Fernando Baiano havia atuado junto à diretoria anteriormente ocupada por Foster, em seu depoimento à Polícia Federal. Baiano está preso desde novembro.

A atual presidente da Petrobras foi diretora de Gás e Energia entre 2007 e 2012.

"Conheço a Graça há 16 anos e tenho a melhor percepção, seja do ponto de vista da competência, seja da conduta profissional."

Ele defendeu a diretoria da empresa citando o crescimento na produção em 2014.

"Essa diretoria está conduzindo um processo que não pode deixar de ser avaliado. A curva de produção voltou a crescer, algo que não ocorria há anos. Não vejo motivos para afastar a diretoria. Isso pode mudar amanhã."

'RISCO MUITO SÉRIO'

Braga afirmou ainda que o país vive "um risco muito sério" de paralisação de obras e projetos devido ao envolvimento de grandes empreiteiras nas denúncias de corrupção na Petrobras.

Em dezembro, a estatal anunciou a retirada de 23 empreiteiras envolvidas nas investigações da Lava Jato de sua lista de fornecedores.

"Um dos desafios importantes para agora é encontrar alguma regra de transição jurídica que não traga prejuízos. Se não encontrarem uma solução que evite interromper o ritmo das obras, o prejuízo será gigantesco. Não há como substituir empreiteira sem paralisar o que está andando".

Ele mostrou preocupação especial com o risco para a segurança energética do país, visto a possível queda do crescimento da produção de petróleo e gás com a saída das empreiteiras da lista de fornecedores da estatal.

"Eu não sou especialista jurídico, mas creio que as saídas possam ser a assinatura de acordos de leniência [a empresa colabora nas investigações e se reabilita a assinar contratos com a Petrobras] ou termos de ajustamento de conduta [em que se comprometem a não mais participar de esquemas para fraudar licitações]."

 

Fonte: Samantha Lima e Pedro Soares/Folha de S.Paulo

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