Nota de repúdio de associação Corumbaense à jornalista
Em editorial publicado em 4 de outubro no jornal “Boca do Povo”, o jornalista Benedito (Bê) de Paula agride a inteligência de seus leitores e a honra dos povos corumbaense e carioca, com o único objetivo de atacar o prefeito de Campo Grande, o corumbaense Alcides Bernal, e de outras lideranças políticas nascidas em nossa cidade.
No texto, sob o título “Acariocando”, o jornalista afirma que “Corumbá é uma Rio de Janeiro miniaturizada”, onde só se “pensa em mulata, choppinho, carnaval, escola de samba, fazer um biscate para colocar algum no bolso e retroalimentar o desejo de continuar levando a vida”.
Bê de Paula vai mais além e diz que, em função da origem do prefeito, Campo Grande diminuiu seu ritmo de crescimento e credita uma suposta “lerdeza” da administração de Bernal ao “ jeito corumbaense de viver e administrar”, que estaria desagradando a população da capital, até então acostumada ao ritmo paulistano, onde a prioridade, segundo o escritor, é “ trabalho e pouca diversão”.
Através dessas e de outras citações desairosas, o autor desrespeita cariocas e corumbaenses, e externa não só seu incontido preconceito, mas total desconhecimento da nossa cidade e da nossa gente.
Com 235 anos de história, Corumbá sempre ocupou lugar de destaque na economia, na política e na cultura do Centro-Oeste e do Brasil, graças ao trabalho árduo e incansável da sua gente pantaneira, que nunca teve medo de enfrentar adversidades para criar seus filhos e construir um país melhor e mais justo.
Corumbá se tornou ponto importante na estratégia de defesa da nação desde a guerra com o Paraguai. Por sua privilegiada localização no escoamento da borracha vinda da Amazônia, no início do Século XX, por pouco não se tornou capital do estado, centralizando temporariamente o parlamento estadual. Constitui o mais importante porto de Mato Grosso do Sul e um dos mais importantes portos fluviais do Brasil e do mundo.
Corumbá é considerada o primeiro pólo de desenvolvimento da região. Segundo o IBGE, nosso PIB é hoje de R$ 3,2 bilhões, representando mais de 7% do total das riquezas produzidas no estado . Temos um dos maiores rebanhos bovinos de corte do país, reservas de ferro e manganês invejáveis por sua qualidade, além de um patrimônio que orgulha o Brasil frente às outras nações : 37 % da área total do Pantanal, patrimônio da humanidade.
A cidade é o maior centro urbano do Pantanal e exerce na região funções comerciais (entreposto de exportação, entreposto comercial regional, comércio de abastecimento para as cidades bolivianas da fronteira e compras), industriais, de serviços (educação e capacitação profissional, administrativo), religiosos, de saúde, militares e sanitários, (inclusive para o lado boliviano), cultura (centro de integração cultural fronteiriço e serviços de cultura para a população fronteiriça), turismo e eventos.
Nossa população de 107 mil habitante é formada de cariocas, paulistas, nordestinos, mineiros, sulistas, índios, árabes, europeus, paraguaios, argentinos, uruguaios e bolivianos, confirmando, assim, seu caráter cosmopolita.
Vale lembrar ao autor que o “ jeito carioca de ser” administra uma das maiores cidades do Brasil, palco recente da Jornada Mundial da Juventude, do Rock In Rio e dos Jogos Panamericanos, sediará as Olimpíadas em 2016 e será uma das cidades sede da Copa do Mundo 2014. Por isso, comparar Corumbá ao Rio de Janeiro não nos humilha nem diminui. Ao contrário, nos honra e ufana !
Preconceito é um juízo pré-concebido, que se manifesta numa atitude discriminatória perante pessoas, crenças, sentimentos e tendências de comportamento.
A história ensina que ele sempre resulta em sofrimento, hostilidade, guerra e genocídio.
Por isso, repudiamos a atitude do senhor Benedito de Paula na certeza de que sua visão caolha, pouco inteligente e raivosa não representa o sentimento da maioria esmagadora dos campo-grandenses, que, acima de tudo, respeitam Corumbá e a nossa gente.
Corumbá, 09 de outubro de 2013.
Sociedade do Povo Corumbaense
Fonte: Sociedade do Povo Corumbaense, com contricuição de
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