O ‘Extreme Makeover’ dos candidatos na corrida eleitoral
Marina Silva (PSB), Dilma Rousseff (PT) e Aécio Neves (PSDB) fizeram intervenções estéticas para a campanha eleitoral.. Ivan Pacheco/VEJA.com
Ao contrário do legado politico e do sobrenome nacionalmente conhecido, Aécio Neves tratou de se livrar de uma herança do avô Tancredo Neves para enfrentar sua primeira campanha à Presidência da República, pelo PSDB. O xantelasma (pequenas bolsas de gordura nas pálpebras), uma condição hereditária, já havia levado sua mãe, Inês Maria, e a irmã, Andrea Neves, a fazer plástica. No ano passado, impulsionado pela perspectiva de superexposição com a campanha eleitoral, foi a vez de Aécio passar pelo procedimento estético. Mais do que atender a ímpetos de vaidade, a corrida de políticos aos consultórios de cirurgiões plásticos faz parte da construção da imagem dos candidatos como são vistos hoje, no auge da disputa eleitoral.
No caso de Aécio, a "recauchutagem" nas pálpebras foi feita para evitar um ar de cansaço, de noite mal dormida, conferido pelas bolsas embaixo dos olhos. A plástica nos olhos, aliás, é recorrente entre políticos em período pré-eleitoral, justamente por conferir um aspecto de disposição e energia. O senador cearense Eunício Oliveira (PMDB), que está à frente nas pesquisas de intenções de voto pelo governo do Ceará, também recorreu à cirurgia nos olhos recentemente.
O aspecto mais jovial e disposto de Aécio ficou completo com um transplante de cabelo no alto da cabeça. “Foi algo muito discreto, nem eu percebi”, diz o cabeleireiro mineiro Thidy Lopes, que corta do cabelo do presidenciável há 25 anos.
A ideia é justamente essa: quanto menos perceptíveis forem as mudanças, mais eficientes elas se tornam. Por isso, os políticos são discretos em relação às suas intervenções estéticas. As equipes das campanhas de Dilma Rousseff e Aécio Neves se negaram a falar sobre as mudanças realizadas pelos candidatos.
O retoque capilar foi feito também por Paulo Skaf, candidato ao governo de São Paulo pelo PMDB. Ele nega que seu objetivo, ao retirar 8.000 fios da nuca transplantá-los para o alto da cabeça, tenha sido o de — digamos assim — seduzir o eleitor. “Foi legal ter feito, eu recomendo. Incomoda ter calvície na parte da frente da cabeça, é desconfortável tomar sol”, diz o candidato. Na última segunda-feira, ele esteve no consultório do cirurgião plástico Milton Peruzzo, especialista na técnica, para uma consulta de rotina. Após transplantada, a raiz do cabelo fica germinando por três meses e, depois, cresce no ritmo de um centímetro por mês.
Dotada de uma cabeleira volumosa, a presidente Dilma Rousseff, candidata à reeleição pelo PT, também mudou o penteado para a campanha. Pelas mãos do cabeleireiro Celso Kamura, indicado por Marta Suplicy para ajudar na mudança de imagem pela qual a petista passou em 2010, quando concorreu à Presidência pela primeira vez, Dilma clareou os cabelos. Desde o início do ano, ela tem aparecido com as pontas dos cabelos mais claras dos que a raiz, na busca por uma imagem mais jovem. A nova coloração e o corte de cabelo exigem manutenções constantes e, por isso, Dilma separou parte da tarde da última quarta-feira para receber Kamura, que aparou o penteado.
O novo estilo de cabelo, na verdade, é apenas um detalhe comparado à grande modificação estética pela qual Dilma passou em 2008, quando era ministra da Casa Civil, mas já havia sido escolhida pelo então presidente Lula para sucedê-lo no poder. Ela fez lifting e outros procedimentos para suavizar as feições e transformá-la em uma candidata de aspecto afável. Seu cirurgião plástico, o gaúcho Renato Viera, afirma que a paciente ilustre não o procurou para novos procedimentos, mas aposta que ela se submeteu a aplicações leves de botox recentemente. O botox costuma ser indicado com parcimônia a políticos, porque, assim como os atores, o ideal é que eles tenham pleno domínio das expressões faciais. A substância paralisa os músculos onde é aplicado.
A candidata do PSB à Presidência, Marina Silva, é do time das avessas a intervenções estéticas mas, mesmo assim, fez concessões, embora discretas, em prol da imagem. O estilo "ripongo" foi, aos poucos, dando lugar para a trinca blazer, camisa e calça social em suas aparições públicas. Os colares feitos com sementes da Amazônia, sua marca registrada, porém, continuam presentes.
Nem todos os candidatos investem pesado na estética. Candidato do PSD ao Senado, por São Paulo, Gilberto Kassab só renovou o arsenal de camisas porque ganhou quatro quilos durante a campanha e precisou aumentar o diâmetro do colarinho. É um problema inverso ao de José Serra, candidato do PSDB à mesma cadeira. Enquanto Kassab se inquieta com o peso ganho, Serra busca recuperar alguns quilos perdidos nas últimas semanas. Ele tem se esforçado para comer mais doces e outras guloseimas porque avalia estar magro demais.
Fonte: Mariana Zylberkan/VEJA
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