Para derrotar PT, André já pensa em apoiar PSDB ao governo de MS
Novas articulações políticas em torno das eleições do ano que vem revelam que o governador André Puccinelli (PMDB) estaria disposto até a apoiar a candidatura do deputado federal Reinaldo Azambuja (PSDB) ao governo de Mato Grosso do Sul.
A possível reedição da aliança entre peemedebistas e tucanos, desta vez invertida, foi revelada por interlocutores políticos do vereador de Campo Grande, Zeca do PT, ex-governador do Estado.
A estratégia de união entre os dois grupos políticos é derrotar o senador Delcídio do Amaral, pré-candidato do PT ao governo estadual com aval da cúpula nacional do partido e da presidente da República, Dilma Rousseff.
A indefinição no PMDB em torno de candidatura própria seria um dos fatores que teriam contribuído para o recuo de André Puccinelli, que também pensa em ficar no cargo até o fim de seu mandato e concorrer às eleições para prefeito da Capital em 2016.
Em entrevista exclusive ao jornal O PROGRESSO, o presidente regional do PMDB, deputado estadual Júnior Mochi, disse desconhecer o encaminhamento dessas discussões em torno da dobradinha.
“Conversei com o governador esta semana, mas ele não deixou transparecer nada nesse sentido”, declarou Mochi, ao ser questionado sobre a aliança que colocaria pela primeira vez o PSDB como cabeça de chapa e o PMDB na condição de coadjuvante.
Encabeçar a chapa majoritária tendo o PMDB em seu palanque é um dos maiores trunfos da cúpula regional do PSDB, que há anos sempre apoiou o projeto de quem hoje é adversário, tanto nas eleições para prefeito da Capital quanto para governador.
Liderada por Reinaldo Azambuja, a chapa majoritária que estaria sendo discutida pelas lideranças tucanas e peemedebistas teria ainda o deputado estadual Zé Teixeira (DEM) como candidato a vice, ficando em aberta as vagas de senador e suplente para acomodação política entre a vice-governador Simone Tebet e o ex-prefeito de Campo Grande, Nelsinho Trad, atual secretário Extraordinário de Articulação, de Desenvolvimento Regional e dos Municípios.
“Por enquanto, nosso projeto é candidatura própria”, garantiu Mochi, líder do governo na Assembleia Legislativa e um dos principais articulações do grupo político liderado pelo governador André Puccinelli.
A intenção da cúpula partidária é anunciar o nome do candidato em meados de agosto deste ano, após a série de encontros regionais que o PMDB está promovendo no interior. O anúncio ocorreria depois de um mega-encontro em Campo Grande.
Mochi garante que estas reuniões no interior, que foram iniciadas em maio, servirão de base para o partido decidir seu futuro.
ALIANÇA
Dentro das articulações políticas visando à sucessão de André Puccinelli, não se fala mais na tão sonhada aliança entre PT e PMDB, motivada pelo interesse dos líderes nacionais das duas legendas com objetivo de reeleger a presidente Dilma Rousseff em 2014. Em âmbito estadual, o presidente da Assembleia Legislativa, Jerson Domingos (PMDB), é o principal entusiasta do apoio do PMDB a Delcídio do Amaral.
Em meados de março deste ano, a imprensa estadual ainda dava destaque a noticias segundo as quais Delcídio poderia ter apoio de André Puccinelli para o governo do Estado, enquanto o governador concorreria ao Senado na chapa encabeçada pelo petista.
“É difícil discutir com o PT porque eles têm candidato ao governo e indicam não aceitar abrir mão da cabeça de chapa”, comentou a época o presidente regional do PMDB, descartando praticamente uma aliança com seus principais adversários políticos no plano estadual.
Para analistas, outro fator que acabou complicando ainda mais esse possível alinhamento político foi à queda na popularidade da presidente da República, que pode até afastar o PMDB e outros partidos do palanque petista.
A popularidade da presidente Dilma caiu de 55% para 31%, conforme aponta pesquisa da CNI (Confederação Nacional da Indústria) e do Ibope divulgada na tarde de quinta-feira, 25.
Segundo o Ibope, a queda em relação à sondagem anterior, feita em junho, reflete o aumento de preços e as recentes manifestações que tomaram as ruas do país.
A queda de 24 pontos porcentuais coincidiu com o aumento de quem considera o governo Dilma ruim ou péssimo, categoria que subiu de 13% para 31%. Ao todo, 37% dos entrevistados consideram o governo da presidente regular.
Fonte: Willams Araújo, de Campo Grande
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