Petrobras usa empresa americana para encaminhar dados ao exterior
A presidente da Petrobras, Graça Foster, disse nesta quarta-feira que a companhia trabalha com dez empresas de telecomunicações para encaminhar informações ao exterior. Dentre elas, há uma americana.
As outras teles contratadas, segundo a presidente, são da Espanha, Itália, Reino Unido, Japão, França e Brasil --sendo a Oi a empresa responsável dentro do país.
Graça afirmou, no entanto, que quando os dados "carecem de proteção" são todos criptografados e que a rede interna não trafega na internet.
Apenas ficam online os avisos de descoberta quando feitos à ANP (Agência Nacional do Petróleo). Mas, segundo Graça, esse comunicado também é feito "quase que imediatamente" ao mercado. A própria ANP, na sequência, torna essas informações públicas.
"Os ataques existem, as tentativas existem, mas fazemos um investimento maciço para evitá-los", disse.
A presidente, porém, não negou o desconforto causado com denúncias de que o serviço de inteligência americano teria acessado dados secretos da companhia. "Aparecer o nome da Petrobras ali [nas denuncias de espionagem], cria um embaraço muito grande. No mínimo um grande desconforto".
Ela revelou ainda não saber qual pode ter sido a extensão do caso. "Não sabemos exatamente se vazou ou o que vazou, mas nos incomoda profundamente".
MEDIDA
A Petrobras, segundo a presidente Graça Foster, fez uma varredura no sistema para identificar ataques ao sistema, logo após a denúncia, mas não foram identificados registros "anormais".
Ela afirmou que já existem várias camadas de proteção aos e-mails internos e que apenas no período de um mês, entre 9 de agosto e 9 de setembro, 195,9 milhões de e-mails foram encaminhados à companhia. Sendo que desses, apenas 16,5 milhões foram, de fato, entregues. Os demais ficaram retidos pelos programas de proteção.
Já o desligamento de funcionários poderia ser uma forma de fazer com que "partes da empresa" fossem levadas para as concorrentes. "Pessoas deixam a Petrobras e é possível levar parte da empresa. A fidelidade, como a tecnologia, não é 100%".
LIBRA
A Petrobras defende que a estratégia da empresa para participar do leilão de Libra não pode ter sido acessada por hackers. "Nós pesquisamos a fundo Libra. E para conhecê-la tão bem quanto nós teriam de capturar toda a Petrobras", afirmou a presidente.
"A estratégia de participação em Libra é um dos momentos em que poucos participam das discussões. A informação completa da estratégia, percentual que vamos ter cabe a presidente e um diretor de produção e exploração de petróleo e gás".
Segundo Graça, serão investidos, apenas este ano, R$ 4 bilhões em segurança empresarial, que serve, por exemplo, para proteger os dados da empresa de espionagem.
"Eventual acesso a dados, ainda que inadmissível, não implica necessariamente na obtenção de informação ou detenção da tecnologia", reforçou. "Para tomar essa tecnologia para si -- no caso de um concorrente-- é necessário muitos e muitos acessos recorrentes e sistemáticos", disse.
Fonte: Folha de S. Paulo
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