Protestos contra a corrupção e em apoio à Lava Jato se espalham pelo país
Manifestantes se reúnem próximo ao Congresso Nacional, em Brasília, em protesto contra as mudanças na proposta de lei anticorrupção. Na cidade, as pal
Milhares de manifestantes protestaram em várias cidades, neste domingo (4), contra a corrupção e a favor da Operação Lava Jato. Os protestos tiveram como principal alvo de crítica o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), assim como o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), e "políticos corruptos" de forma generalizada.
Em São Paulo, por exemplo, as manifestações concentraram-se na avenida Paulista a partir das 14h. Segundo os organizadores, 200 mil pessoas participaram; a Polícia Militar estima o público em 15 mil. Em Curitiba, o ato foi em frente à sede da Justiça Federal; a organização fala em 50 mil pessoas e a PM, em 8.000. Em várias cidades, porém, a PM não divulga estimativa oficial de público.
Os atos foram convocados pelas redes sociais por grupos como Vem Pra Rua e MBL (Movimento Brasil Livre), os mesmos que encabeçaram as manifestações a favor do impeachment de Dilma Rousseff (PT). Sem uma pauta única, os organizadores pediam, entre outras medidas, a rejeição às mudanças no pacote de medidas anticorrupção, aprovadas pela Câmara dos Deputados, e o fim do foro privilegiado.
O presidente Michel Temer foi poupado e recebeu apenas críticas pontuais nas manifestações.
Rogério Chequer, líder do movimento Vem pra Rua, disse que o grupo não defende a saída do presidente. "Não temos nenhuma evidência que seja suficiente para nós iniciarmos um processo mais grave que vai destruir o pouco de estabilidade que a gente conseguiu reconquistar." Ele disse que o grupo "está de olho" em Temer e que o governo tem "coisas boas e coisas ruins".
Em nota, Renan e Maia afirmaram que as manifestações são "legítimas". A Presidência da República também divulgou nota sobre os atos, afirmando que os Poderes devem estar "sempre atentos às reivindicações da população brasileira".
Pacote contra a corrupção
Inicialmente, os protestos seriam contra a proposta de conceder anistia ao crime de caixa 2, articulada na Câmara. A medida, porém, foi deixada de lado pela cúpula do Congresso e pelo governo, em meio a manifestações contrárias e à crise envolvendo o ex-ministro da Cultura Marcelo Calero, que levou à saída de Geddel Vieira Lima da Secretaria de Governo.
As manifestações passaram a focar, então, no pacote de medidas anticorrupção, aprovado pela Câmara na madrugada de quarta-feira (30). O texto aprovado pela Câmara, porém, sofreu diversas mudanças. Dos dez tópicos originais, apenas quatro foram mantidos --outros três pontos foram adicionados pelos deputados.
Uma das alterações prevê que juízes e promotores respondam por crime de abuso de autoridade. Os membros do judiciário e do Ministério Público criticaram a decisão. Em debate no Senado, o juiz Sergio Moro classificou a votação como "emendas da meia-noite".
Segundo críticos, a votação teria sido feita num momento de comoção nacional por causa do acidente aéreo com a equipe da Chapecoense --a Câmara nega tal motivação.
"Fora, Renan"
Além das polêmicas mudanças no pacote anticorrupção, os protestos pelo país também pediram o fim do foro privilegiado e a saída de Renan Calheiros.
Após a aprovação do pacote anticorrupção na Câmara, Renan colocou em votação no plenário do Senado um requerimento de urgência para a votação do projeto ainda na quarta-feira (30). O requerimento, porém, foi rejeitado por 44 votos a 14.
Na quinta-feira (1º), o STF (Supremo Tribunal Federal) decidiu abrir ação penal e transformar em réu o presidente do Senado pelo crime de peculato (desvio de dinheiro público). É a primeira vez que Renan se torna réu em uma ação penal.
A denúncia da Procuradoria-Geral da República acusa o senador de ter desviado parte de sua verba parlamentar, à que todo senador tem direito para pagar por atividades do mandato, para pagar a pensão alimentícia de uma filha.
(*Com informações de Ricardo Marchesan e Estadão Conteúdo)
Fonte: Do UOL
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