Revista que confirma Delcídio em esquema some das bancas de Campo Grande
Com denúncias fortes que comprovam a participação do senador Delcídio do Amaral (PT) no esquema que desviou quantias milionárias da Petrobras para o bolso de políticos, entre eles o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), a edição do último sábado (12) da revista Época desapareceu das bancas de Campo Grande.
Na tarde do sábado e no domingo, quem procurava a edição da revista nas bancas encontrava poucos exemplares ou nem achava as revistas. Agora, o motivo do "sumiço” está claro: compra em massa de pessoas ligadas ao petista.
A reportagem apurou que em uma padaria da Capital, o ex-petista e ex-candidato ao senado, Ricardo Ayache, comprou dezenas de revistas. Pessoas ligadas à Federação de Indústria de Mato Grosso do Sul (Fiems) e, claro, a Delcídio, também fizeram compra em massa das revistas.
Encontrar um exemplar da revista é tarefa complicada nesta segunda-feira em bancas, no entanto, de nada adiantou a ação de ligados ao senador envolvido no Petrolão. O assunto é um dos mais comentados nas redes sociais e tema de notícias em jornais de todo o país.
DENÚNCIA
Delcídio foi um dos beneficiados com a distribuição de US$ 15 milhões de propina da compra da sucateada refinaria de Pasadena, no Texas, Estados Unidos. A revelação foi do ex-diretor da Petrobras e ex-auxiliar do senador petista Nestor Ceveró, aos procuradores da força-tarefa em Curitiba e da equipe do procurador-geral da República, Rodrigo Janot.
Ele está negociando delação premiada para aliviar a pena das condenações por corrupção, lavagem de dinheiro e organização criminosa. E Delcídio teria ainda se beneficiado com dinheiro da corrupção da BR Distribuidora da Petrobras.
As negociações da divisão do bolo de propina da BR foram feitas num quarto de hotel no Rio. Segundo a revista Época — que teve acesso aos depoimentos de Cerveró —, no fim de 2010, após as eleições daquele ano, ocorreu jantar no Hotel Windsor Leme, no Rio de Janeiro, no quarto onde estava hospedado Pedro Paulo Leoni Ramos, operador do senador Fernando Collor de Mello (PTB-AL), envolvido na Lava Jato.
De acordo com relato de Cerveró, participaram dessa reunião o ex-deputado federal Cândido Vaccarezza (PT-SP), Delcídio do Amaral e três diretores da BR. Nesse jantar, segundo Cerveró, ficou estabelecida a divisão das propinas da BR de acordo com o interesse de cada partido ou político.
Uma área atenderia Vaccarezza e um grupo ligado ao PT formado pelos deputados José Mentor (SP), Jilmar Tatto (PT), André Vargas (PR) e Vander Loubet (MS). Outro setor seria exclusivo de Collor e Cerveró se dividiria entre Collor, Delcídio e Vaccarezza.
Fonte: Aliny Mary Dias, do Correio do Estado
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