Senado aprova fim das coligações
O Senado aprovou na terça-feira o fim das coligações nas eleições proporcionais e, com isso, acabou engessando os partidos de pouca expressão eleitoral - os chamados nanicos.
São pequenos grupos políticos que sobrevivem eleitoralmente apenas sendo coadjuvantes dos partidos considerados gigantes, como PT, PMDB e PSDB.
Muitos deles, inclusive, entram em campanhas dispostos a barganhar, ou seja, trocam apoio por cargos no poder com a eventual vitória de candidatos de maior densidade eleitoral.
A mudança aprovada pelos senadores é apenas um dos itens polêmicos da PEC (Proposta de Emenda à Constituição) 40/2011 que tramita no Congresso Nacional.
Nas eleições para o governo do Estado, ano passado, por exemplo, o PRP se uniu ao PT do senador Delcídio do Amaral com a promessa de indicar entre um a dois correligionários em eventual governo petista. No entanto, a ideia não prosperou diante da derrotada sofrida para o tucano Reinaldo Azambuja (PSDB).
Sobre a proposta de reforma política que tramita no Congresso Nacional, o presidente regional do PRP, Dorival Betini, não acreditava até a semana passada em profundas mudanças.
Betini, que é ligado ao ex-deputado estadual Londres Machado (PR) e ao deputado federal Geraldo Resende (PMDB), disse em entrevista ao O Progresso que não acredita que a proposta de reforma política seja votada em sua totalidade até setembro para valer já para as próximas eleições.
Ao seu ver, a matéria deve passar, mas para entrar em vigor somente para as eleições de 2018. O dirigente, no entanto, terá de analisar o cenário político a partir dessa decisão, isso porque o PRP precisará caminhar sozinho se quiser reeleger seu único prefeito, Cacildo Pereira (Santa Rita do Pardo) em 2016.
Recém “refundado” no Estado, o partido gaba-se por ter elegido o vice-prefeito de Bataiporã, Luiz Antônio e nove vereadores.
O texto da reforma política prevê mudanças profundas na legislação, incluindo também o fim da reeleição, itens que acabam inibindo as negociações políticas, isso porque a matéria terá de ser aprovada até 30 de setembro para valer já para as eleições municipais do ano que vem.
O presidente regional do PTB, Ivan Louzada, garante que o fim das coligações nas eleições para os cargos proporcionais não atrapalha em nada o projeto de seu grupo político, uma vez que o partido já adotou essa prática nas últimas eleições, quando participou das eleições com chapa puro sangue.
A exemplo do PRP, o PTB também apoiou o candidato petista na majoritária em Mato Grosso do Sul, mesmo diante do rompimento da aliança nacional entre os dois partidos, anunciado pelo diretório nacional petebista, que trocou o palanque da presidente Dilma Rousseff pelo o do senador Aécio Neves (PSDB-MG), derrotado no segundo turno do pleito.
O dirigente contou que, ao decidir se unir ao petista, o partido apenas seguiu orientação do diretório nacional que teria trocado o apoio em Mato Grosso do Sul pelo fato de o PT ter fechado aliança para eleger o pré-candidato do PTB ao governo de Pernambuco, senador Armando Monteiro Neto.
“Nós apenas estamos atendendo a um pedido feito pelo presidente nacional do PTB, Benito Gama. É um acordo político e não vejo nada demais nisso”, justificou Louzada, em entrevista no ano passado, referindo-se ao movimento dissidente no grupo.
Os petebistas também tinham compromisso de indicar representantes no primeiro escalão em eventual governo de Delcídio. O trato seria emplacar o presidente da Fiems (Federação das Indústrias de Mato Grosso do Sul), Sérgio Longen, na Secretaria de Indústria e Comércio. Para isto, o empresário até ensaiou postular o Senado na chapa do senador.
Outro nanico, o PTC, também tinha promessa de Delcídio de ocupar cargos no governo. O presidente regional da legenda, Cezar Gazolla, tentou sem sucesso uma cadeira na Câmara Federal.
Da mesma forma, o governador Reinaldo Azambuja também abriu espaço para os partidos que fizeram parte de sua coligação, como DEM, PMN, PPS e SDD.
O vice-presidente do PSD, Bosco Martins, por exemplo, foi um dos primeiros a ocupar cargo no governo tucano. Embora pertença a um partido de grande representatividade no Congresso, ele comanda a Fundação Luiz Chagas, que administra a TV e rádio estatal.
Fonte: Willams Araújo/O Progresso
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