Troca de socos e agressões verbais interrompem reunião da OAB/MS
A reunião do Conselho Estadual da seccional de Mato Grosso do Sul da OAB (Ordem dos Advogados do Brasil) foi interrompida, na manhã de hoje, por socos, troca de ameaças e briga entre os conselheiros. O conselheiro estadual Carlos Magno Couto chegou a empurrar e dar socos em Carmelino Rezende, ex-presidente da Ordem, 68 anos. A situação foi tão grave, que funcionários se esconderam no banheiro com medo da confusão.
O episódio é mais um desdobramento da crise instalada na seccional desde que o presidente Júlio César Rodrigues foi contratado por Alcides Bernal (PP) para advogar em favor do município, mesmo com o prefeito respondendo a processos éticos na entidade, o que culminou no pedido de intervenção do Conselho Federal na seccional. A questão estava na pauta da sessão, além da criação de uma comissão para averiguar despesas contratadas por Júlio César sem a anuência dos demais conselheiros - o que viola o regimento interno da Ordem - e outros assuntos internos.
Segundo o secretário-geral da OAB-MS, Jully Heyder Souza, desde o início da sessão Júlio César não queria colocar a pauta em votação e, por isso, a sessão foi suspensa por 15 minutos. “Ao voltarmos, parecia que tudo ia caminhar bem, mas o Carlos Magno continuou tentando impedir a votação e não deixava ninguém usar a palavra”, relata.
Carmelino, então, tentou organizar a votação, e Couto respondeu de forma desrespeitosa. Segundo outro ex-presidente da OAB/MS, Carlos Marques, Carmelino foi chamado de "velho" e que "não enxergava mais".
Ele teria rebatido o conselheiro, cobrando respeito, quando Couto, que estava sentado na outra extremidade da mesa de reuniões, se levantou e acertou dois socos em Carmelino, que tentou se defender e ambos acabaram caindo no chão.
Os membros presentes separaram a briga e tentaram acalmar os ânimos. Marques acredita que como a pauta tratava de assuntos “desagradáveis” para Júlio César, Couto, como um dos poucos apoiadores do presidente que restaram dentro do Conselho, tentou tumultuar a sessão, impedindo a votação. “Está uma situação insustentável. O atual presidente criou uma diretoria paralela, toma decisões sem consultar mais ninguém e, caso o Conselho Federal não acelere a solicitação de intervenção na entidade, vamos recorrer a Justiça”, acrescenta Marques.
No Facebook, ele postou que a entidade "vive o pior momento da sua história". "Por sorte, eis que fomos alvos de diversos ataques verbais pelo Conselheiro agressor, que descontroladamente e em defesa dos atos ímprobos do Presidente Julio, disparava palavras insanas e agressivas contra todos, indistintamente", afirmou.
Boletim de ocorrência – Carmelino Rezende disse ao Campo Grande News que prefere não se pronunciar sobre a agressão, mas afirmou que 21 dos 32 conselheiros da Ordem registram boletim de ocorrência. Procurado, Carlos Magno não atendeu aos telefonemas da reportagem.
Carlos Marques afirmou que o caso será encaminhado para o Conselho Federal da OAB. "Vamos agora exigir uma postura rápida do Conselho Federal, único com competência para tirar o tirano da OAB, que precisa afastar de suas atribuições o Presidente Julio Cesar. Não é razoável que ele conduza os destinos da Ordem depois de tudo o que fez e contra a vontade de toda a administração", atacou, em postagem na rede social.
"Não é razoável que fiquemos reféns dessa situação e de um único advogado. Não é razoável que tenhamos que renunciar coletivamente depois de conquistar o mandato coletivamente nas urnas, quando apenas o Presidente fez um contrato fraudado para ganhar dinheiro público e ainda tenta dar um GOLPE na OAB", frisou.
"Basta. O Presidente precisa ocupar sua posição de réu e sair da OAB. Nós advogados não podemos continuar reféns desse ditador e que só acaba com a história da nossa Instituição. O simples fato da maioria maciça da administração estar contra o Presidente demonstra o quanto rápido o Conselho precisa agir e retirá-lo da presidência da Ordem", defendeu, aumentando a crise na instituição, que durante décadas foi referência no combate à corrupção e na cobrança do cumprimento da Constituição no País.
Fonte: Campo Grande News
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