Um trilhão de reais: é quanto já pagamos de impostos até agora

27/08/2013 16:32 Política

O Impostômetro chegou a marca de R$ 1 trilhão de arrecadação dois dias mais cedo esse ano. A cada ano que passa, o governo arrecada mais. A média diária de arrecadação foi de R$ 4,72 bilhões, ou R$ 54.633,48 por segundo.

Quem liderou a arrecadação foi a região Sudeste, com 63,52% do valor, seguida da região Sul, com 13,41%. Em seguida vem o Centro-Oeste com 10,61% e o Nordeste com 9,07%. A região Norte do país responde por 3,39% dos impostos.

O imposto mais importante foi o ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços), responsável por 20,66% da arrecadação, seguido de perto pela contribuição previdenciária para o INSS, com 18,02%. Em seguida vem o Imposto de Renda, com 17,7%, e o COFINS (Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social), responsável por 10,84% do total.

Algumas conclusões importantes:

1- Não há tempo ruim em Brasília e nas esferas estaduais e municipais. A crise pode afetar empresários, trabalhadores da iniciativa privada, profissionais liberais, mas o setor público segue de vento em popa, em um oásis paralelo, em uma ilha da fantasia. Temos uma carga tributária escandinava, para serviços africanos. Trabalhamos cinco meses do ano só para sustentar a máquina estatal paquidérmica, ineficiente, corrupta, privilegiada. Claro que isso não vale para todos os funcionários públicos, pois toda regra tem suas exceções honrosas. Há que separar o joio do trigo. Mas é inegável que a quantidade de parasitas passou do limite dos hospedeiros. Precisamos de uma drástica redução do tamanho do estado. Precisamos de uma reforma tributária que simplifique e reduza os tributos. Precisamos de mais sociedade, e menos estado.

2- O federalismo no Brasil passou longe! Temos um modelo centralizador de poder em Brasília, onde quem paga a conta não dá as cartas. A região sudeste paga quase dois terços dos impostos do país. Seu poder, nem de perto, equivale-se a esse montante. Os “coronéis” nordestinos concentram um poder desproporcional ao que a região recolhe de impostos. E ainda querem mais, com os royalties do petróleo, com a criação de novos estados etc. É um modelo perverso, onde um senador do Acre, com o mesmo poder que um de São Paulo, precisa de muito menos voto para ser eleito. Com regras de quantidade mínima de deputados e senadores, as regiões norte e nordeste acabam conquistando um poder político bem maior do que o econômico. A democracia acaba se tornando um grande mecanismo de transferência de recursos dos demais estados para essas regiões. E claro, quem decide não quer mudar isso. O federalismo desaparece na prática.

3- Ainda tem quem ache que não paga tanto imposto pois não recolhe I.R., ou não é proprietário de casa e carro, deixando de pagar IPTU e IPVA. Besteira! Os maiores impostos são indiretos, e os pobres pagam muito em termos proporcionais. O efeito cascata é cruel, e incide em toda a cadeia produtiva. O modelo não estimula a poupança também. Precisamos de um imposto único sobre consumo, e bem menos impostos sobre renda e investimentos. Para crescer de forma sustentável, o país precisa estimular a poupança e o investimento, não o consumo. O primeiro grande passo nessa direção seria o próprio governo consumir menos e, portanto, arrecadar menos. Sobraria mais recursos no setor privado.

Em suma, está mais do que na hora do brasileiro se questionar: somos súditos de Brasília ou cidadãos? Esse “manicômio tributário” representa o principal entrave ao nosso desenvolvimento. É preciso repensar o modelo de estado do país. Em busca da “justiça social”, criamos um monstrengo guloso, cuja fome por recursos é insaciável. Quem paga a conta somos todos nós…

Fonte: Revista Exame

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