Vereador admite votar em colega preso para a presidência da Câmara de Dourados
Junior Rodrigues (à esquerda) e Silas Zanata são candidatos na chapa de Pedro Pepa (Foto: Helio de Freitas)
Sem saída após a Justiça extinguir a ação pedindo substituição na chapa inscrita para a eleição da Mesa Diretora de dois vereadores presos por corrupção, aliados da prefeita de Dourados Délia Razuk (PR) já admitem votar em Pedro Pepa (DEM) para presidente e Pastor Cirilo Ramão (MDB) para segundo secretário, mesmo com eles atrás das grades.
Em vídeo postado em sua página no Facebook, o líder da prefeita na Câmara e candidato a vice de Pedro Pepa, Junior Rodrigues (PR), admitiu que votar na chapa dos vereadores presos se tornou a única opção e justifica que ele e Silas Zanata (PPS), candidato a primeiro secretário, têm direito de disputar a eleição.
Junior Rodrigues afirma no vídeo que Pedro Pepa e Cirilo Ramão mandaram protocolar na Câmara, na manhã do dia 6 – menos de 24 horas após serem presos – um pedido de desistência de concorrer à eleição.
Em seguida, foi pedida a substituição deles por Alberto Alves dos Santos, o Bebeto (PR) e Jânio Miguel (PR). “Mas em nenhum momento foi aceita essa proposta. O Regimento Interno é omisso. Se um candidato morrer, como funciona a eleição? Em caso de prisão também é omisso”.
Junior Rodrigues afirma que a o grupo ainda espera que a presidente da Câmara Daniela Hall (PSD) leve a plenário o pedido de troca dos nomes, para a decisão ser tomada pelos vereadores – “como deve ocorrer em casos omissos no Regimento Interno”.
Ainda no vídeo, o vereador de primeiro mandato explica que o objetivo é deixar claro para sua família, para seus eleitores e para a população que o objetivo do grupo é ter “uma eleição idônea” na Câmara.
“Queremos trazer a moralidade de volta para esta casa [Câmara]. Nós não vamos votar no Pepa e no Cirilo, eles estão presos. Vamos votar nos demais vereadores que fazem parte da nossa chapa, eu que sou, candidato a vice-presidente, e o Silas Zanata que é candidato a primeiro secretário”, afirmou.
Junior Rodrigues reafirma que se os vereadores presos não forem substituídos, vai votar na chapa da qual pertence. “Tenho direito de disputar a eleição da Mesa Diretora, porque tenho projetos para esta Casa e para esta cidade”.
Na terça-feira (11), o juiz da 6ª Vara Cível, José Domingues Filho, extinguiu a ação impetrada pelo grupo de Junior Rodrigues e respaldou a regra prevista no Regimento Interno da Câmara, de que o prazo para troca de nomes está vencido.
Apesar de ser vice de um candidato atualmente recolhido na PED (Penitenciária Estadual de Dourados), Junior Rodrigues nega que o grupo vá votar em vereador preso.
“Não é verdade que existe vereador que vai votar em vereador preso, porque eles próprios já assinaram [pedido de desistência da candidatura]. Está aqui nesse documento o pedido de afastamento da chapa. O que queremos é que a presidente aceite nosso pedido”, declarou.
Nesta quarta-feira, a atual Mesa Diretora da Câmara admitiu que pode recorrer à Justiça para garantir o quórum necessário para fazer a eleição. São necessários pelo menos dez vereadores presentes. O grupo de oposição, que tem Alan Guedes (DEM) como candidato a presidente, é formado por oito vereadores.
Fonte: Helio de Freitas, de Dourados / Campo Grandes News
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