Vereadores de Dourados aprovam privatizaçāo da rodoviária, transbordo e aeroporto
Depois de contrair empréstimos milionários, a serem pagos em vinte anos, o prefeito conseguiu aprovar na sessão de ontem (18) da câmara, outro projeto polêmico. Murilo concedeu a si mesmo um atestado de insuficiência administrativa ao entregar à empresas particulares a concessāo da rodoviária, terminal de transbordo e o aeroporto. A justificativa do chefe do executivo é a de que a prefeitura não tem mais condições de gerir estes setores.
Com isso, as empresas que ganharem a licitaçāo vāo cobrar por estacionamento, taxa de embarque e terāo direito de explorar serviços, como praça de alimentaçāo e placas publicitárias, por exemplo. A lei abre também a possibilidade de outras cobranças que nāo estāo especificadas no texto.
Votaram a favor da privatizaçāo os vereadores: Aguilera Alan Guedes; Bebeto; Cido Medeiros; Silas Zanata; Pastor Cirilo; Juarez do Esporte; Madson; Marcelo Mourāo; Nelson Sudário; Mauricio Lemes; Pedro Pepa; Raphael Matos e Sérgio Nogueira. Votaram contra a entrega dos bens públicos a iniciativa privada, somente os vereadores Délia Razuk, Dirceu Longhi, Elias Ishy e Virginia Magrini.
Vale lembrar que em Dourados o ato de tirar do poder público municipal a responsabilidade sobre determinado setor não é nada positiva. O melhor e maior exemplo é o caso dos hospitais públicos, que em gestões passadas foram entregues à iniciativa privada e à universidades, com a desculpa de que estas iriam solucionar os problemas e melhorar a qualidade do serviço, porém, como todos sabem, não foi o que aconteceu.
A justificativa de Murilo Zauith para a privatização de parte da infra-estrutura de transporte de Dourados, é a de que a prefeitura já não é mais capaz de gerir o setor, em especial o aeroporto.
Perda de recursos
A privatização a prefeitura de Dourados irá perder R$ 500 mil em recursos federais para a reforma do Terminal Rodoviário. O valor, conseguido pelo deputado federal Marçal Filho, será devolvido aos cofres da união.
Concurso
Durante a discussão do projeto, vereadores contrários à proposta ressaltaram que existe o risco dos contratados no último concurso, realizado em 2012 na gestão Murilo Zauith, serem simplesmente exonerados, tendo em vista que ainda estão no estágio probatório, como é o caso dos servidores do aeroporto.
Contudo, o vereador Cirilo Ramão, em uma tímida defesa à critica oposicionista, garantiu que o prefeito Murilo Zauith não irá permitir que isso aconteça e que estes funcionários serão transferidos para outros setores.
Ministério Público
Virgínia Magrini ressaltou que não ficou convencida das explicações do secretário de serviços urbanos acerca da privatização, sendo assim, garantiu que irá levar o caso ao Ministério Público.
Ao final da sessão, a vereadora reclamou da falta de decoro de alguns colegas. Ela afirma que os parlamentares da situação (aqueles que faça chuva ou faça sol são favoráveis ao prefeito) desrespeitam a opinião/posicionamento diferente.
“Quero deixar bem claro que ao contrário do que muitos disseram aqui, eu não sou burra, eu sou advogada entendo bem tudo o que acontece aqui. Mas toda vez que alguém tem alguma opinião contrária, chega alguém e diz ‘acho que você não entendeu bem’”.
Também chamou a atenção o voto contra de Dirceu Longui, que assim como Virgínia, disse que as justificativas do secretário foram insuficientes. Já o representante da comunidade indígena, Aguilera de Souza, foi contra o projeto na semana passada, na primeira votação, mas ontem, sem nenhuma justificativa, mudou de posicionamento.
Fonte: Alexandre Duarte, para 94 FM.
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