Casal volta ao Brasil após filha gerada por barriga de aluguel nascer na Ucrânia: 'Emoção indescritível'

Camila e Adriano enfrentaram a pandemia do novo coronavírus para viajar até a Ucrânia e conhecer a pequena Pietra, filha deles gerada em uma barriga de aluguel.
03/08/2020 06:12 Região
Camila com a filha no colo — Foto: Arquivo Pessoal
Camila com a filha no colo — Foto: Arquivo Pessoal

Depois de cruzar o oceano Atlântico e enfrentar a pandemia do novo coronavírus para buscar a filha Pietra na Ucrânia, o casal Camila Pavan e Adriano Garbelini, de São José do Rio Preto (SP), fez o caminho de volta e já está no interior de São Paulo com a filha nos braços.

O casal teve a filha por meio de barriga de aluguel na Ucrânia, um dos países onde o procedimento é autorizado. A pequena Pietra nasceu no dia 11 de junho. Encarar as mais de 30 horas da viagem de volta não foi tarefa fácil.

Camila e Adriano estão com a filha em Rio Preto desde o fim do mês passado. Pietra nasceu em junho e eles tentaram prolongar o máximo possível a permanência no país europeu por causa da situação do coronavírus em Rio Preto – que tem mais de 9 mil infectados e mais de 240 mortes.

“Chegamos a Rio Preto e foi muito gostoso reencontrar a família, emoção indescritível, estavam todos esperando, toda minha família fez o teste do Covid para saber se tinha condições de conhecer a Pietra. Em Kiev a situação estava bem segura e Rio Preto está bem preocupante, nos preocuparmos muito com isso, com a segurança da Pietra”, diz.

Com a chegada em casa, o casal agora espera ter a vida normal, na medida do possível por causa da pandemia. “Agora é vida normal dentro da possibilidade. Fechamos um ciclo com a chegada ao Brasil, em casa. Agora vamos iniciar outro com a nossa filha”, afirma.

Camila e Adriano tiveram a filha gerada por barriga de aluguel em Kiev, na Ucrânia. Ela tem distrofia muscular, o que impede uma gestação tranquila.

Antes de contratar uma barriga de aluguel em outro país – já que no Brasil esse tipo de gestação é proibida - eles tentaram uma barriga solidária com uma parente, mas não deu certo.

O casal procurou clínicas nos Estados Unidos, Índia, Tailândia, mas foi na Ucrânia o local escolhido por ter o melhor custo-benefício e ter um atendimento bem humanizado.

Com tudo decidido, o casal foi para Kiev fazer a coleta do material genético do marido. Segundo a administradora, por causa da distrofia muscular, ela não pôde doar o óvulo. Assim, o embrião foi colocado em uma mulher escolhida por Camila.

Mesmo no Brasil, eles acompanharam os ultrassons, as informações das medidas do feto e fotos que vinham da clínica de Kiev.

Por causa da Covid, eles tiveram muitas dificuldades para chegar à Ucrânia. Eles tiveram de pedir autorização para o governo ucraniano e essa autorização chegou apenas três horas para o voo.

Por causa da pandemia, na Ucrânia eles tiveram de ficar em quarentena em um hotel por aproximadamente 10 dias e realizaram o teste para detectar o coronavírus. Com ele negativo, puderam ir para o hotel escolhido pela clínica e aguardar o nascimento de Pietra.

“Quando percebi que teria a chance de não estar aqui quando ela nascesse, fiquei desesperada. Minha filha já não passou os nove meses dentro da minha barriga, ela passou na barriga de outra pessoa, e não queria perder mais um minuto longe dela. Foi muito exaustivo, fisicamente e psicologicamente. Nunca passamos por uma pandemia e não sabíamos o que encontrar porque cada país estava reagindo de um jeito”, afirma.

Fonte: G1

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