Ministra da Agricultura tenta reverter veto americano a carne brasileira

Tereza Cristina se reuniu com o secretário de Agricultura dos EUA hoje para debater a suspensão da compra de carne
20/11/2019 22:10 Rural
Secretário de Agricultura dos EUA, Sonny Perdue e a ministra da Agricultura Tereza Cristina
Secretário de Agricultura dos EUA, Sonny Perdue e a ministra da Agricultura Tereza Cristina

Na tentativa de reverter o veto americano a carne brasileira, a ministra Tereza Cristina (Agricultura, Pecuária e Abastecimento) se reuniu hoje (20) com o secretário da Agricultura dos Estados Unidos, Sonny Perdue. Eles conversaram sobre a suspensão à importação de carne bovina in natura do Brasil. De acordo com a ministra, o governo americano está finalizando a análise dos dados que o Brasil enviou e deve dar um posicionamento em algumas semanas.

“Vamos fazer os trâmites com a maior tranquilidade. Eles me prometeram que em breve teremos notícias sobre a data e se as informações que passamos são suficientes ou não. Vamos aguardar uma decisão deles, eu espero que seja breve mesmo, pela nossa conversa”, disse a ministra, ao sair da reunião.

O secretário Perdue agradeceu a celeridade com que o Brasil enviou as informações solicitadas na última auditoria realizada em junho e comprometeu-se dar prioridade ao processo.
Em 2017, os Estados Unidos suspenderam as compras de cortes bovinos do Brasil, devido às reações (abcessos) provocadas no rebanho, pela vacina contra a febre aftosa. Em junho deste ano, uma missão veterinária dos Estados Unidos esteve no Brasil para inspecionar frigoríficos de bovinos e suínos.

No final de outubro, os americanos listaram quatro pontos que ainda precisam ser resolvidos pelo Brasil para que os EUA voltem a importar carne do País. Os EUA sugeriram agendar uma nova missão para tentar destravar a relação - mas a ministra pretende dissuadir o governo Trump dessa ideia nesta visita a Washington.

Trigo

Outro assunto tratado na reunião foi o estabelecimento da cota de importação de 750 mil toneladas de trigo por ano com alíquota zero, definido recentemente pela Câmara de Comércio Exterior (Camex). “Era uma ansiedade dos Estados Unidos, mas já está implementada”, disse a ministra. Os representantes dos dois países também conversaram sobre a necessidade de trabalhar em conjunto pela expansão mundial do uso do etanol, de modo a tornar a commodity produzida por ambos os países um produto global.

Em fevereiro do ano que vem, a ministra deve voltar aos Estados Unidos para conversar com Perdue sobre a ampliação do AG-5, grupo de países que reúne os Estados Unidos, Brasil, Argentina, Canadá e México. Segundo Tereza Cristina, está sendo estudada a ampliação do bloco, com a entrada de dois países exportadores de grãos. A ideia é explorar questões como a defesa da ciência na definição padrões sanitários e fitossanitários.

Fonte: Rosana Siqueira / Campo Grandes News

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