Antes do frio, gripe matou 4 pessoas e Saúde investiga mais 2 óbitos
Com números em ascensão, a gripe já matou quatro pessoas em Mato Grosso do Sul e outros dos óbitos são investigados pela SES (Secretaria Estadual de Saúde). No ano passado, a doença matou seis pessoas. Conforme levantamento, o pior resultado nos últimos nove anos foi em 2016, que registrou 103 óbitos.
Apesar do senso comum relacionar gripe ao tempo frio, os vírus da doença circulam desde abril e em algumas regiões do Estado, como Corumbá, chega nos primeiros meses do ano. “A gente não considera que [a gripe] chegou mais cedo. Abril é o mês de circulação”, afirma a gerente técnica de doenças endêmicas e influenza, Lívia de Mello Almeida Maziero.
Segundo ela, a data para a imunização é determinada pelo Ministério da Saúde. O novo boleto da doença será divulgado amanhã. Mas o quadro atual é de 156 notificações, já o número de casos confirmados deve dobrar. Até 18 de abril, eram onze.
Das quatro mortes, duas são em Campo Grande, uma em Naviraí e uma em Aquidauana. Conforme Lívia Maziero, os pacientes tinha comorbidades e há casos de pessoas que abandonaram o tratamento. Uma das morte é da advogada Mônica Reis, de 30 anos, moradora de Naviraí. “Demorou para procurar o serviço e chegou bem grave”, afirma.
Em 2016, Naviraí, a 366 km de Campo Grande, teve muitos casos de gripe, a Saúde fez uma investigação, mas não foi apontado um motivo em específico para o avanço da doença no município.
Mais dois óbitos são investigados: de um bebê em Campo Grande e um homem de 72 anos em Aquidauana. Os dois morreram ontem (dia 23).
Alerta - “A gente reforça que tem que procurar o serviço de saúde. Não tem que criar essa resistência em procurar assistência. O que vai diferenciar o agravamento da cura, além da condição de saúde, é o início do tratamento em 48 horas”, explica Lívia.
A orientação é ficar alerta quanto a sintomas que difiram de um quadro normal de gripe ou resfriado, como dificuldade para respirar.
Vacina – Restrita na rede pública a grupos específicos, a vacina protege contra o H1N1, o H3N2 e um subtipo da influenza 3. Na rede privada, as vacinas incluem outras cepas. “A rede particular sempre 'pega' um vírus que circula menos,para ter a mais na vacina. Até como forma de comercializar, mesmo que circule com menos intensidade”, diz a gerente.
Lívia explica que a vacina é anual para se adequar ao perfil dos vírus circulantes. O H1N1 que circula hoje, por exemplo, não é o mesmo de 2009. Em 2018, não há registro de vírus novo.
“O H3N2 sempre teve. Ele é sazonal e circula e todo o Brasil em determinado período do ano. Nenhum dos três vírus é novo”.
Os exames são realizados pelo Lacen (Laboratório Central) que a cada determinado número de amostras envia material para um laboratório de referência nacional para isolar a cepa do vírus. Os resultados dos exames do Lacen saem de um dia para o outro. Mas, com o aumento das notificações, o prazo deve aumentar para três dias. Contudo, o paciente já recebe tratamento conforme o sintoma.
Em Mato Grosso do Sul, a campanha nacional de vacinação tem como meta vacinar ao menos 90% do público-alvo, que representa 663.656 mil pessoas. Conforme a SES, a campanha vai até o dia 1° de junho, sendo 12 de maio o dia de mobilização nacional – Dia D.
Veja vídeo com orientações preventivas:
Fonte: Aline dos Santos / Campo Grandes News
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