Com leucemia, jovem faz campanha para encontrar doador

09/11/2013 09:17 Saúde
Patrícia participa de campanha criada por amigos (Foto: Patrícia Oshiro Bentran/Arquivo Pessoal).
Patrícia participa de campanha criada por amigos (Foto: Patrícia Oshiro Bentran/Arquivo Pessoal).

Com leucemia linfoblástica aguda, a engenheira de alimentos Patrícia Oshiro Bentran, 25 anos, e seus amigos iniciaram uma campanha na internet para conseguir um doador de medula óssea compatível. Natural de Sidrolândia (MS), a jovem está fazendo tratamento contra a doença em São Paulo.

Patrícia relatou ao G1 que descobriu a doença em maio de 2012. Depois que se formou, ela foi morar em Luís Eduardo Magalhães (BA). Com inchaço nas pernas, procurou um médico e este diagnosticou uma trombose.

"Nessa semana eu comecei a tratar e senti dor de cabeça. Liguei para o médico que estava com meu hemograma e ele disse que estava alterado, quando descobriu a leucemia", contou.

A engenheira de alimentos foi fazer o tratamento em Campo Grande. "Comecei a tratar e estava tudo bem até dezembro [de 2012], quando descobri que a doença tinha voltado e eu precisava de um transplante", disse, acrescentando que foi a São Paulo em fevereiro de 2013 para continuar o tratamento devido a um quadro de infecção.

Como ninguém da família era compatível, um doador compatível foi encontrado no banco de doadores. O transplante seria feito em outubro de 2013, mas o doador não apareceu para os exames.

"As informações são sigilosas, não sabemos quem é. Como ele não apareceu, tivemos que voltar a estaca zero e recomeçar a busca", explicou.

A ideia da campanha surgiu foi inspirada em uma jovem de Brasília. Segundo Patrícia, em 2012, quando precisou de um doador, a menina havia feito um vídeo, e como as buscas recomeçaram, ela decidiu iniciar a campanha. "Ela teve a ideia de todos que forem fazer a doação tirarem a foto", explicou. A campanha intitulada 'Eu sou amigo da Paty' ganhou adeptos de pessoas de vários lugares do Brasil. A ideia consiste em estimular as pessoas a fazer o cadastro de doadores. Cada pessoa que se torna doador tira uma foto segurando uma placa com a frase da campanha '#EusouamigodaPaty'. As fotos são postadas em redes sociais e no blog da campanha.

"Nessa campanha surgiu gente de tudo quanto é lugar. Muita gente está doando, mas o processo é lento, tem que esperar um doador compatível e isso leva tempo", explicou. "Eu estou com muita esperança e acredito que com certeza a gente vai conseguir [um doador]", disse.

O pai da jovem, Carlos Brentan, disse ao G1 que a família está esperançosa quanto a campanha. "A campanha só vem ajudar, porque o caso da Patrícia só depende de um doador e a hora que aparecer o problema será resolvido", disse, garantindo que ainda que não perdeu a esperança após a desistência do doador. "É uma das piores doenças e a gente fica sentido, pois estava dependendo dessa pessoa, mas nunca perdemos a esperança."

O tio de Patrícia, Ademir Oshiro, tem uma filha que teve a doença quando pequena e ressalta a importância da doação e da campanha. "Queremos chamar a atenção sobre a importância da doação da medula óssea, porque a doação é tão simples, as pessoas são mal-informadas", afirmou.

Doação de Medula

Qualquer pessoa entre 18 e 55 anos de idade e que esteja em bom estado geral de saúde, ou seja, não ter doença infecciosa ou incapacitante, pode se cadastrar como doador de medula óssea.

Para se cadastrar, é preciso retirar uma pequena quantidade de sangue (5 ml) e preencher uma ficha com informações pessoais.

O sangue será tipificado por exame laboratorial de histocompatibilidade (HLA), onde são identificadas as características genéticas que podem influenciar no transplante.

O tipo HLA do doador será incluído no cadastro e os dados são cruzados com os de pacientes que precisam de transplante de medula óssea.

Quando o doador é compatível com algum paciente, faz outros exames de sangue para a confirmação.

Se a compatibilidade for positiva, ele é consultado para confirmar que deseja realizar a doação e terá seu estado de saúde avaliado. Uma vez inscrito no cadastro, o doador pode ser chamado para a doação até os 60 anos.

Por isso, é importante manter o cadastro sempre atualizado. Dessa forma, a localização do doador, em caso de compatibilidade com algum paciente, será facilitada.

Para atualizar as informações do cadastro é preciso entrar em contato com o Hemocentro onde o cadastro foi feito ou preencher o formulário no portal do Inca.

Como é a doação?

Há duas maneiras de doar e a decisão na maioria das vezes é do médico, de acordo com a doença do paciente e outros detalhes.

A forma tradicional é com anestesia geral, em centro cirúrgico, através de punções com agulhas especiais das cristas ilíacas posteriores (ossos da bacia). O procedimento dura de duas a três horas e o doador fica no hospital por 24 horas.

A segunda forma é através do uso de um medicamento denominado fator de crescimento de granulócitos, administrado ao doador, que estimula as células da medula de forma que elas circulem por dois ou três dias no sangue periférico e possam ser coletadas por máquinas de aférese no Banco de Sangue. É um processo ambulatorial e sem internação em geral.

Conforme o Ministério da Saúde, o risco de complicações graves é praticamente nulo e, em geral, está associado à necessidade de anestesia geral.

SERVIÇO

O Hemocentro de Dourados fica na Rua Valdomiro de Souza, 295 – Vila Industrial – anexo ao Pronto Atendimento Médico (PAM).

Horário de Atendimento em dias úteis

A coleta de sangue e entrega de resultados ocorre em dias úteis, das 7h e 12h30. O telefone de contato é: 3424-0400 OU 3424-4192

Fonte: G1/MS

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