Com vetores em todo o Estado, agentes de Dourados são preparados para Chikungunya

13/10/2014 11:24 Saúde
Coordenador de vetores do Estado, Gilmar Cipriano Ribeiro, fez palestra a agentes de endemias de Dourados sobre medidas preventivas à doença (Foto: Ad
Coordenador de vetores do Estado, Gilmar Cipriano Ribeiro, fez palestra a agentes de endemias de Dourados sobre medidas preventivas à doença (Foto: Ad

A vigilância em saúde estadual apresentou em Dourados na manhã desta segunda-feira (13) detalhes do plano de contingência à febre Chikungunya, já que em todos os 79 municípios de Mato Grosso do Sul existe a presença de mosquitos vetores, o que gerou um estado de alerta.

O coordenador de vetores do Estado, Gilmar Cipriano Ribeiro, palestrou aos agentes de controle de endemias na sede do CCZ (Centro de Controle de Zoonoses). Segundo ele, será lançado ainda este mês um Lira (Levantamento Rápido de Índice de Infestação) que vai contemplar a Chikungunya, que ainda não tem nenhum caso confirmado em Mato Grosso do Sul.

“Vamos capacitar os agentes de endemias para orientar a população no controle de focos que favoreçam a proliferação dos mosquitos que são potenciais vetores do vírus, já que identificamos a presença deles em todo o Estado. É uma doença nova e que requer cuidados redobrados, por ser mais violenta que a Dengue”, explicou Ribeiro.

Apesar da preocupação com o controle de possíveis focos da doença, o Estado não vai promover reforço nas equipes de controle de endemias presentes nos municípios, e também não haverá um recurso disponível especificamente para este fim. “Neste primeiro momento estamos trabalhando com a orientação dos agentes e da população. Não há um aporte de recursos imediatos, mas isso pode acontecer por meio do Ministério da Saúde caso se faça necessário para conter uma epidemia que tenha sido constatada”, finalizou Ribeiro.

Dourados, conforme a direção do CCZ trabalha com uma equipe de 85 agentes. Gerente do núcleo de controle epidemiológico de Dourados, Devanildo de Souza, destacou que o principal ponto a ser trabalhado com esses profissionais neste primeiro momento é a conscientização à respeito de possíveis focos e também a orientação à população. “Isso é fundamental porque apesar de ser uma doença semelhante à Dengue no que diz respeito aos focos e também ao modo de transmissão, a Chikungunya tem suas peculiaridades”.

Agente de controle de endemias há quatro anos, Itamar Viana Leite disse ao Dourados News que o trabalho, que já é grande, vai ficar ainda maior. Ele revelou, inclusive, uma preocupação com isso. “Só eu sou responsável por 1,3 mil residências onde faço o trabalho de verificação de focos e também de orientação às pessoas. Para isso, levo dois meses. É infestação de escorpião, Dengue, Leishmaniose e agora Chinkungunya. É claro que trabalho da melhor maneira possível, mas se tivéssemos um reforço na equipe, o trabalho sem dúvida seria melhor executado no controle de todos esses problemas”, disse Leite.

Como é a doença
A febre Chikungunya é uma doença viral parecida com a Dengue, transmitida por um mosquito comum em algumas regiões da África. No Brasil, a preocupação é que o Aedes aegypti e o Aedes albopictus, mosquitos transmissores da Dengue e da Febre Amarela, têm todas as condições de espalhar esse novo vírus pelo país. Seu ciclo de transmissão é mais rápido do que o da Dengue. Em no máximo sete dias a contar do momento em que foi infectado, o mosquito começa a transmitir para a população que não possui anticorpos contra ele.

Embora os vírus da febre Chikungunya e os da Dengue tenham características distintas, os sintomas das duas doenças são semelhantes. Na fase aguda da chikungunya, a febre é alta, aparece de repente, e vem acompanhada de dor de cabeça, dor muscular, erupção na pele, conjuntivite e dor nas articulações que, inclusive, é o sintoma mais característico da enfermidade, sendo tão forte que chega a impedir os movimentos e pode perdurar por meses depois que a febre vai embora.

Ao contrário do que acontece com a Dengue (que provoca dor no corpo todo), não existe uma forma hemorrágica da doença e é raro surgirem complicações graves, embora a artrite possa continuar ativa por muito tempo. Não existe vacina contra febre chikungunya. A prevenção consiste em adotar medidas simples no próprio domicílio e arredores que ajudem a combater a proliferação do mosquito transmissor da doença.

 

Fonte: Thalyta Andrade/Dourados News

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