Conselho investiga mortes de bebês no Hospital Universitário

14/03/2014 15:20 Saúde

Em reunião tensa, o Conselho Municipal de Saúde pediu explicações à direção do Hospital Universitário sobre possíveis mortes de bebês que estariam acontecendo no local. Entre as principais queixas estão depoimentos de mulheres que teriam sido forçadas ao parto natural, o que teria implicado em consequências graves de saúde e até a morte de bebês.

No corredor da maternidade, os ânimos ficaram acirrados entre a direção clínica e membros do Conselho Municipal de Saúde. Se por um lado, os conselheiros buscavam respostas sobre as queixas de mau atendimento, por outro, a direção do Hospital solicitava que o Conselho apresentasse as denúncias para que pudesse estudar o prontuário de cada paciente reclamante para dar a devida resposta, caso a caso.

Houve bate-boca e a presidente do Conselho Municipal de Saúde, Berenice de Oliveira Machado, disse que estaria ali para defender os interesses da população mais carente, que precisa do serviço, e que não estava faltando com a verdade sobre as afirmações que fazia em relação às denúncias. Com capacidade para 22 leitos, a maternidade estava com 27 gestantes internadas; cinco nos corredores e 15 na sala de preparo, que tem capacidade para seis pacientes.

A situação foi contornada com uma segunda reunião realizada, desta vez entre os membros do Conselho e diretor do hospital, Wedson Desidério, e o diretor da Atenção à Saúde, José Flávio Sette. Na ocasião, o Hospital ouviu e apresentou as justificativas em relação aos pontos apresentados pelo Conselho.

HU

O coordenador do setor de Ginecologia e Obstetrícia do Hospital Universitário, Sidney Antônio Lagrosa Garcia, disse ao O PROGRESSO que o Conselho não apresentou nenhuma denúncia oficial para que ele pudesse responder.

“Fui pego de surpresa no corredor, a caminho de um atendimento, quando vários conselheiros se aproximaram e buscavam explicações de denúncias que não temos conhecimentos”, disse, observando que se tivesse sido comunicado poderia apresentar os prontuários das supostas denunciantes. “É lamentável que se transformem os interesses da comunidade numa questão de natureza política”, acrescentou.

O médico disse ainda que o HU atende toda a macrorregião com 34 municípios e que são realizados mais de 3,6 mil partos por ano; uma média de 300 por mês. “O HU é o único que atende a todas as pacientes que chegam na maternidade e temos cumprindo nossas metas, através de medidas compensatórias com outros atendimentos que superam em muito o contratualizado com o município.

Só para ter uma ideia, o contrato prevê 200 partos, mas realizamos 300”, destaca. Em relação à denúncia de que os médicos forçam o parto natural, o coordenador responde que atualmente 41% dos partos são cesáreas, mais do que recomenda o Ministério da Saúde, que é em torno de 30%.

“Em todos os hospitais públicos do Brasil há um incentivo ao parto natural, conforme recomenda a Organização Mundial da Saúde, porém, o que determina o procedimento é a avaliação médica que apontará a melhor opção para garantir a saúde da mãe e da criança”, destaca. Ontem pela manhã o Hospital realizou 20 partos, sendo 11 cesárias e 9 naturais. Sidney Garcia disse que sempre esteve à disposição para dialogar com o Conselho.

Fonte: O Progresso

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