Copa põe Saúde em alerta para vírus que causa "dengue por um ano"
Com a circulação de turistas, a Copa do Mundo pode espalhar novo vírus pelo País, que deixa a vítima com os sintomas da dengue por até um ano. Pelo menos nove casos estão em investigação no Brasil e a preocupação é grande porque a febre Chikungunya é transmitida pelo mosquito Aedes aegypti, o mesmo da dengue e que existe em grande quantidade em várias cidades, inclusive, em Campo Grande.
Especialistas já dão praticamente como certa a multiplicação da doença, porém, não conseguem determinar a partir de quando. “A possibilidade de entrada do vírus é muito grande”, reconheceu o médico infectologista Rivaldo Costa. “É grande o risco de receber a doença por termos o Aedes”, reforçou Livia Mello Maziero, enfermeira gerente-técnica de doenças endêmicas da Secretaria Estadual de Saúde.
O Ministério da Saúde já confirmou três casos da doença, um carioca e dois de São Paulo. Há cerca de um mês, segundo Rivaldo, houve detecção de seis de militares, vindos do Haiti, com o vírus. “Na América Central, no Caribe, são milhares de casos”, comentou. “A dificuldade é determinar quando isso virá ao Brasil, mas que virá, virá”, emendou.
De acordo com o médico, a tendência é demorar pelo menos um ano até o vírus atingir uma densidade alta de fêmeas do mosquito e se espalhar pelo país. “Durante a Copa, não há risco de epidemia, a expectativa é mais para frente”, acrescentou.
Esperança - No Ministério da Saúde, o risco de multiplicação deixou a equipe em alerta. Em maio, segundo Lívia, um especialista no assunto deu palestra para trazer as últimas novidades sobre o vírus e acabou dando uma esperança de alarme falso. “A dúvida é se o mosquito consegue estar infectado com os dois vírus (dengue e Chikungunya) ao mesmo tempo”, explicou. A resposta, no entanto, ainda depende de mais estudos.
A falta de informações sobre a doença, inclusive, é outro motivo que preocupa Rivaldo. “Infelizmente, os estudos estão muitos iniciais, resultados só para mais tarde”, disse. Apesar de sintomas semelhantes da dengue, o tratamento é diferente e isso pode gerar atraso no combate ao vírus, no caso de medicar como se fosse dengue. Para piorar, por enquanto, apenas um laboratório no país faz o exame para detectar o Chikungunya.
Como a dengue, a doença dá febre, dores pelo corpo e na cabeça. A diferença, segundo o infectologista, é que os sintomas podem durar até um ano e impossibilitar o paciente. Dessa forma, conforme o médico, somente o tempo poderá mostrar que não se trata de dengue, mas de Chikungunya.
A gerente-técnica de doenças endêmicas do Secretaria de Saúde ponderou que as dores no corpo são ainda maiores do que as acarretadas pela dengue. “Não é simples dor no corpo, é impossibilitante, a vítima fica curvada, mal consegue andar”, comentou. Sobre o tratamento, os especialistas informaram a necessidade de tomar anti-inflamatórios.
Incapacidade - A doença pode causar dor articular grave, que por vezes pode levar à incapacidade permanente, de acordo com o Centro de Controle e Prevenção de Doenças dos Estados Unidos. A mortalidade é de uma pessoa a cada 1.000. A tradução do nome do vírus reflete a condição de muitos dos atingidos: Chikungunya quer dizer "curvar-se ou contorcer-se ou aquele que se dobra" no idioma makonda da Tanzânia.
A doença manifesta-se com uma fase febril aguda que dura de dois a cinco dias, seguida de uma doença prolongada que afeta as articulações das extremidades. Uma parte dos infectados pode desenvolver a forma crônica da doença, com a permanência dos sintomas, que podem durar entre seis meses e um ano.
Fonte: Campo Grande News
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