Criança morre após esperar 4 dias por vaga de UTI, diz família

15/08/2014 16:44 Saúde
Reprodução
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Um menino de 3 anos foi morreu, na madrugada da última quinta-feira (14), na Santa Casa de Campo Grande, depois de esperar quatro dias por uma vaga de Unidade de Terapia Intensiva (UTI). corpo do menino foi enterrado na manhã desta sexta-feira (15).
A Santa Casa confirmou em entrevista à TV Morena que não tinha vaga de UTI disponível para a criança. A diretora técnica em exercício da Santa Casa, Priscilla Alexandrino, disse que apesar da falta do leito, todos os cuidados foram tomados para garantir a saúde do menino.
"Ela [criança] imediatamente foi levada para a sala de emergência, para a área vermelha. Todos os cuidados foram feitos adequadamente. Realmente, nós não tínhamos, assim como nós não temos nesse momento, leitos de UTI, de unidade de terapia intensiva pediátrica. Temos apenas 8 leitos de UTI pediátrica na Santa Casa de Campo Grande. É um problema não só da instituição, mas creio que do estado a falta de leitos de UTI, inclusive na pediatria", explicou.
Ainda conforme Priscila, o hospital tentou transferir o paciente para outras unidades que tivessem UTI pediátrica, mas todas estavam ocupadas. "A Santa Casa encaminhou para todos os hospitais, onde há leitos de UTI, a possibilidade dessa criança ser transferida, só que todos estavam lotadas. Então a gente trasnferiu essa criança para a unidade intermediária, onde tem mais recursos, então a criança conseguiu obter todos os recursos possíveis que ela conseguiria em uma unidade de terapia intenstiva", ressaltou.

Negligência

Segundo a família, João Guilherme de Menezes Teixeira tinha histórico de doença cardíaca. Para o pai, Ronaldo Herbert Menezes, técnico em agropecuária, a morte foi consequência de negligência.
"Não sei se são poucos médicos para muita gente, porque o médico fica com muito pouco tempo para aquele paciente tem que ter uma devida atenção, e não tem. Não tem mesmo. Não sei se é culpa do médico, da pessoa dele. Mas, imagino que deva ser a falta de profissionais para atender aquele tanto de criança doente, principalmente nessa época agora", ressaltou o pai.
De acordo com a família, o garoto deu entrada no hospital na madrugada de segunda-feira (11), com um quadro grave de pneumonia. "Começaram e disseram que é caso de UTI, mas não tem o leito. E daí, meu filho falece porque não tem leito. Não é justificativa isso. Temos que tomar uma providência até para não acontecer com outros. A dor é muito grande, é incalculável", finalizou.
Para a família, o paciente não foi atendido como deveria. Segundo Ronaldo, a família vai recorrer à justiça para apurar as responsabilidades pela morte de João Guilherme.
 

Quantidade de UTIs

De acordo com o Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Saúde, os hospitais de Campo Grande têm 308 leitos complementares. Desse total, 245 são UTIs. A maioria mantida pelo Sistema Único de Saúde (SUS). Os leitos pediátricos totalizam 28 unidades.
A falta de leitos nos hospitais da capital de Mato Grosso do Sul foi destaque esta semana. A falta de vagas não se restringe somente às UTIs. Um problema leva ao outro como, por exemplo, a superlotação nas unidades de urgência e emergência.
As novas unidades 24 horas atendem em média 100 mil pacientes por mês. Cerca de 70% dos casos são doenças clínicas de média e alta gravidade que precisam de tratamento na rede hospitalar com mais estrutura, porém, a transferência de um paciente para o hospital nem sempre é imediata.

Fonte: G1 MS

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