Diálise em casa reduz em 50% fila da hemodiálise
Renais crônicos de Dourados e região poderão ser atendidos em casa, evitando os deslocamentos. (Foto: Hédio Fazan).
A diálise peritoneal, que é uma nova opção para o tratamento da insuficiência renal crônica, pode diminuir pela metade o fluxo de pacientes atendidos em Dourados. O município, que atende toda a região, englobando 34 cidades, enfrenta superlotação e, por isso, “exporta” 40 pacientes para Ponta Porã. Para mudar este quadro, a Clínica do Rim de Dourados, que é a responsável pelo serviço, quer implantar a nova técnica na região. Com isso, os pacientes que viriam para Dourados seriam atendidos em casa, evitando os deslocamentos e os transtornos causados para os renais.
Para driblar a superlotação na rede pública, a Clínica convocou todos os secretários municipais e profissionais da Saúde da região para um simpósio que vai tratar do assunto. O objetivo é fazer com que eles implantem a técnica em suas cidades e evitem o deslocamento para Dourados.
O “Simpósio Interdisciplinar em Terapia Renal Substitutiva - Diálise Peritoneal, uma nova realidade”, acontece amanhã, das 7h às 17h, no auditório da Unigran, localizado no Bloco I. O evento prevê o treinamento de gestores e profissionais da Saúde da região.
Outra novidade que pode eliminar a superlotação é que Dourados já tem uma nova unidade especializada no tratamento de Rim. O Centro de Nefrologia de Dourados já oficializou a oferta de 100 novas vagas para o Sistema Único de Saúde. Para começar a atender, a unidade precisa ser credenciada e o Estado teria que aumentar os repasses para custear o novo serviço.
Programação
A Programação do Seminário começa às 7h30. Às 8h haverá apresentação da temática do evento “Diálise Peritoneal uma nova realidade: Alta complexidade x Atenção primária no cuidado domiciliar”, com a palestrante Ana Maria Viegas Tristão. Também haverá a palestra: “O que é Insuficiência Renal Crônica e opções de tratamento”.
Às 8h30 está previsto Panorâmico da nefrologia em Dourados com o Diretor Clinico da Clinica do Rim. Às 9h, haverá apresentação do Serviço de Diálise Peritoneal da Associação Beneficente Douradense “Clínica do Rim de Dourados” com a diretora de enfermagem da Clínica do Rim, Renata Santana Andrade.
Às 9h30 está previsto um coofee break. Às 10h haverá palesta “A Diálise peritoneal como primeira escolha na substituição renal” com o médico nefrologista Alexandre Silveira Cabral, que também é especialista pela Sociedade Brasileira de Nefrologia, e diretor da Clínica de Diálise Peritoneal Cabral&Klein, de Campo Grande.
Às 10h30 haverá Mesa Redonda com o tema “O que fazer para tornar realidade o cuidado domiciliar ao renal crônico?”, com o médico nefrologista Odailton Ribeiro dos Santos. Às 11h30 acontece o intervalo para o almoço.
A programação, à tarde, segue a partir das 13h30 com palestra “Diálise Peritoneal e suas modalidades CAPD, DPI e DPA” com a enfermeira Natália da Academia Saber. Às 14h haverá orientação sobre como egressar o paciente no programa de Diálise Peritoneal com o responsável técnico da Diálise Peritoneal “Cabral e Klein”, de Campo Grande, Milton Cesar Pereira. Às 14h30 haverá palestra “Visita domiciliar protocolos no atendimento” com a enfermeira nefrologista Renata Santana Andrade. Às 15h haverá coofee break.
A programação retorna às 15h30 com a palestra “Reformulação da RDC 154/2004 x Superlotação nos centros de Diálise: Diálise Peritoneal uma nova realidade?” com a gerente técnica de Serviços de Saúde da Coordenadoria de Vigilância Sanitária e Coordenadora Estadual de Controle de Infecção, Maria Aparecida de Oliveira. Às 16h acontece a Mesa Redonda com o tema “As Competências do serviço de nefrologia x Parceria com atenção primária: É possível?”, com o médico Alexandre Silvestre Cabral.
Nova Realidade
Atualmente, a cidade de Dourados já conta com 39 pacientes que são atendidos com a nova técnica. Destes, 15 são de Dourados e 24 são da região. Eles vão apenas duas vezes por mês na Clínica do Rim para consulta e entrega de exames. A Diálise Peritoneal, que permite o tratamento em casa, enquanto a pessoa dorme, já está evitando os longos deslocamentos dos renais, principalmente aqueles da região e que precisam ser atendidos em Dourados ou Ponta Porã em razão do município de origem não fornecer o serviço. Sem opção, até então, estes pacientes viviam a rotina de enfrentar uma viagem cansativa, depois de 4 horas numa máquina de hemodiálise, e que causava dores diversas pelo corpo. Tudo isto durante três vezes por semana.
Segundo a diretora de enfermagem da Clínica do Rim, Renata Santana Andrade, o tratamento, que é disponibilizado pelo Sistema único de Saúde (SUS) desde 2007, só não era aceito antes porque os pacientes tinham medo de serem cuidados por membros da própria família. “O treinamento eficaz vai dar mais segurança ao renal crônico. Agora ele será tratado em casa com toda comodidade e conforto. Terá uma vida normal”, acrescenta.
Renata explica ainda que os pacientes que já fazem o novo tratamento notam mudanças significativas na qualidade de vida. “Em Dourados, um paciente de 18 anos foi à praia neste final de ano. Ele levou os medicamentos e o aparelho de diálise para continuar o tratamento de onde estivesse. Se fosse na hemodiálise, ele teria que pedir vaga em alguma clínica do município para fazer as sessões e, se não houvesse, ele não poderia se deslocar. Tenho certeza de que a nova técnica traz liberdade para o paciente”, destaca.
Segundo ela, o tratamento foi uma solução principalmente para idosos que têm dificuldades para se deslocar, crianças e pessoas que trabalham fora, mas qualquer paciente pode optar pelo tratamento, que também é menos doloroso.
Superlotação
Atualmente, 38 pacientes que deveriam ser atendidos em Dourados na hemodiálise são transferidos três vezes por semana para Ponta Porã por falta de vagas no município. Isto comprova que a ampliação da Clínica do Rim, que gerou mais 30 vagas na hemodiálise, não foi suficiente para superar a superlotação. O problema é que a Unidade não pode gerar mais vagas de hemodiálise, conforme resolução com o Ministério da Saúde. Os atendimentos não pode ultrapassar 200, enquanto a Clínica chega hoje a 198 somando os pacientes do Sus e particulares. Somente em janeiro, a Clínica do Rim de Dourados atendeu 161 pacientes do Sistema único de Saúde. Além destes, cerca de 20 por mês são atendidos em hospitais como o Da Vida, Evangélico, Universitário e do Coração.
Fonte: O Progresso
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