Dourados confirma primeiro caso de Febre Chikungunya
Está confirmado o primeiro caso de Febre Chikungunya em Dourados, conforme o Boletim Epidemiológico divulgado nesta quinta-feira (19) pela SES (Secretaria de Estado de Saúde). O caso é considerado “importado”, já que a vítima contraiu a doença na Bahia, porém descobriu quando retornou à cidade.
Se trata de uma mulher douradense, moradora do bairro Vila Vieira. “A vítima foi viajar à Bahia e chegou a Dourados com os sintomas da doença. Então, como era um caso suspeito, enviamos a amostra para análise e chegou só agora a confirmação”, explica o gerente da Vigilância Epidemiológica, Devanildo de Souza.
Ela foi infectada há quatro meses, quando a amostra de sangue foi colhida e enviada para avaliação. Porém só agora o resultado ficou pronto, por isso a inclusão atual no boletim. De acordo com Souza, essa demora acontece porque o protocolo do Ministério da Saúde estabelece que a amostra deve ser enviada ao Instituto Evandro Chagas, que fica no Pará.
É diferente da dengue, por exemplo, cuja análise para confirmação e descarte da doença sai rápido, pois é feita por laboratório em Campo Grande.
Mesmo a mulher sido infectada na Bahia, na época em que ela chegou à Dourados havia risco da doença se proliferar pela cidade, caso ela fosse picada pelo mosquito Aedes aegypti e este, por sua vez, picasse outra pessoa. “Ela está em tratamento e foi feito um trabalho de bloqueio na região em que ela está, então foram adotadas todas as medidas de prevenção”, relata o gerente.
Ele lembra que logo quando houve o registro do caso suspeito, foram feitas ações de borrifação de inseticidas, busca e eliminação de focos de proliferação do mosquito na Vila Vieira e região, além de conscientização dos moradores sobre as estratégias de prevenção.
Souza lembra que nesses quatro meses em que o caso era analisado, não houve qualquer outro suspeito de Febre Chikungunya na cidade. “Nós tivemos mais dois casos suspeitos da doença este ano em Dourados, mas depois ambos foram confirmados como sendo Dengue”, relata.
Isso significa que não há confirmação de que o vírus da Febre esteja atualmente circulando em Dourados. No entanto, a doença é repassada pelo mesmo mosquito transmissor da Dengue, que já está na cidade há muitos anos. Diante disso, o cuidado deve ser redobrado, principalmente no verão quando os casos tendem a aumentar.
Ao todo, foram oito casos confirmados de Febre Chikungunya em Mato grosso do Sul este ano. Além do registrado em Dourados, houve outro “importado” encontrado em Campo Grande. O residente na capital foi infectado na Colômbia em novembro de 2014 e a doença foi descoberta quando retornou a MS, porém a confirmação laboratorial só saiu no início deste ano.
Já os outros seis casos foram em Corumbá, onde a situação é diferente. Dois destes foram “importados” da Bolívia e os demais infectados na própria cidade sul-mato-grossense. “Já se tem evidenciado a circulação do vírus da Febre Chikungunya na Bolívia e em Corumbá. Para tanto segue alerta para novos possíveis casos sintomáticos”, informa o Boletim da SES.
Ainda conforme a Secretaria, é considerado um caso suspeito da doença, o indivíduo que registrou início súbito de febre superior a 38,5°C e tem dor intensa nas articulações, “acompanhada ou não de edemas (inchaço), não explicado por outras condições”. Também é indício a visita das vítimas até duas semanas antes a áreas onde há registros de casos suspeitos da doença.
Pode acontecer infecção à mesma pessoa por Chikungunya e Dengue ao mesmo tempo. Porém a Febre possui sintomas mais intensos e duradouros, considerada de “dor terrível” que pode durar até dois anos. Gestantes, menores de dois anos de idade, maiores de 65 e pessoas com “comorbidade”, ou seja, outras doenças, estão mais suscetíveis.
Por se tratar do mesmo transmissor, a prevenção é a mesma adotada para fugir da Dengue, como não manter água parada, tampar locais como tonéis e depósitos de água, manter os quintais sempre limpos e etc. Colocar terra ou areia em vasinhos de plantas ou lugares que acumulem água pode ajudar e de evitar viajar a locais onde há o vírus.
Além da Febre Chikungunya e Dengue, o Aedes aegypti ainda transmite o Zika Vírus que já vem registrando casos no Nordeste e para chegar a Mato Grosso do Sul é só questão de tempo.
Fonte: Fabiane Dorta, do Dourados News
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