Em 2017, 245 pessoas ganharam vida nova e MS exportou 183 órgãos
Em 2017, 245 pessoas passaram por transplantes em Mato Grosso do Sul – 56% a mais que em 2016, quando foram feitas 157 cirurgias do tipo. No ano passado, o Estado também enviou 183 órgãos salvar vidas no restante do país.
O saldo é considerado mais que positivo pela coordenadora da Central Estadual de Transplantes, Claire Miozzo. “Tanto é que fizemos uma captação inédita no HU [Hospital Universitário de Campo Grande]”.
Ela explica que um conjunto de fatores contribuiu para o aumento no número. Um das principais mudanças foi a transferência da OPO (Organização de Procura de Órgão) do Hospital Regional para a Santa Casa.
“A OPO funciona como uma extensão da central de transplantes”, explica Claire. Trata-se de uma comissão formada por funcionários do hospital – médicos, enfermeiros e técnicos em enfermagem, assistente social e psicólogo – que trabalham à procura de potenciais doadores e também fazem o trabalho de acolhimento da família, antes da autorização para a doação.
É a OPO que aciona a central, responsável por ir atrás do receptor compatível e viabilizado o transplante ou por informar a central nacional sobre a existência do doador. “Depois que fecha o diagnóstico [de morte cerebral] a família que optou pela doação assina um termo e aí damos início ao processo captação. O que não for utilizar aqui vai para outros Estados”, detalha Claire.
O transporte de órgãos, dentro e fora do Estado, também foi facilitado. “Conseguimos um avião do governo para captar órgãos em Três Lagoas, por exemplo”. A coordenadora da central lembra que também o Corpo de Bombeiros têm ajudado no transporte até os aeroportos, disponibilizando batedores, além dos aviões da FAB (Força Aérea Brasileira) que pode ser acionados.
Balanço – Dos 245 transplantes feitos no Estado, 222 foram de córnea, 17 de rim e 3 de ossos. Já dentre os órgãos enviados para fora de Mato Grosso do Sul estão 4 corações, 26 fígados, 65 rins, 84 córneas, 1 pâncreas e 3 pulmões.
Fila – Apesar do saldo positivo, no Estado, 59 esperam por um transplante de córnea e 45 de rim. “Ainda temos muito que trabalhar e as famílias se conscientizarem sobre a importância da doação”.
Em matéria publicada pelo Campo Grande News em abril deste ano, o médico Oswaldo Gomes Junior, do Incor (Instituto do Coração) de São Paulo (SP), que veio a Campo Grande para fazer a captação de pulmões, comentou que a chance de uma pessoa ou familiares dela precisarem de uma doação do que se tornar um doador.
“Mais de 70% das pessoas não discutem a doação em casa e quem autoriza é a família, por isso é importante falar sobre o assunto. Estatisticamente, é cinco vezes mais provável depender de um transplante do que se tornar um doador”, afirmou.
Fonte: Do Campo Grande News
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