Em MS, 57% da população ainda não têm acesso a coleta de esgoto
Esgoto a céu aberto tem relação direta com epidemias, como a da dengue. (Foto: Fernando Antunes/Campo Grande News)
A coleta de esgoto chega apenas a 43% a população de Mato Grosso do Sul, num cenário que coloca o Estado abaixo da média nacional, que é de 61%. O índice de cobertura foi divulgado no Atlas Esgotos – Despoluição de Bacias Hidrográficas, estudo da ANA (Agência Nacional de Águas). Ou seja, o serviço atende 933 mil dos 2,1 milhões de habitantes. Portanto, 57% da população não têm acesso.
No ranking nacional, o Estado ocupa o 13º lugar, atrás de Bahia, Ceará, Paraíba, Pernambuco, Espírito Santo, Minas Gerais, São Paulo, Rio de Janeiro, Paraná, Rio Grande do Sul, Distrito Federal e Goiás.
Para o Estado, o desempenho melhora no comparativo entre esgoto tratado em relação ao coletado, que é de 98%, o segundo melhor resultado do País. Neste quesito, a liderança é do Distrito Federal, com 100%. A média nacional é de 70%.
O estudo aponta que o custo da universalização da rede de coleta e tratamento de esgoto em Mato Grosso do Sul é de R$ 2,3 bilhões.
Conforme o levantamento, o déficit de coleta e tratamento de esgotos nas cidades brasileiras tem resultado em uma parcela significativa de carga poluidora chegando aos corpos d’água, causando implicações negativas aos usos múltiplos dos recursos hídricos.
De forma resumida, o manancial de onde vem a água que abastece as cidade também é destinatário do esgoto, que precisa passar por tratamento.
Cidades - Responsável por 68 municípios, a Sanesul (Empresa de Saneamento de Mato Grosso do Sul) informa que 46 localidades (45 cidades e um distrito) têm coleta e tratamento de esgoto. Em outros 17 municípios, o sistema está em fase de implantação: Alcinópolis, Anaurilândia, Aral Moreira, Batayporã, Deodápolis, Dois Irmãos do Buriti, Douradina, Figueirão, Inocência, Ivinhema, Japorã, Mundo Novo, Nova Alvorada do Sul, Novo Horizonte do Sul, Rio Negro, Sete Quedas e Vicentina.
Já em seis cidades, a coleta de esgoto ainda é um projeto: Água Clara, Itaquiraí, Laguna Carapã, Selvíria, Sonora e Taquarussu. De acordo com a empresa, são 2.200 km de extensão de rede de esgoto. O índice de cobertura, que corresponde à rede instalada, é de 54%. Contudo, o índice de ligação efetiva é de 37%. Mato Grosso do Sul é banhado por duas regiões hidrográficas: Paraná e Paraguai.
Em Campo Grande, o serviço de saneamento básico é prestado pela concessionária Águas Guariroba. Conforme a empresa, a cobertura chega a 80% da cidade.
Tríplice – Apesar de passar despercebido, com a estrutura subterrânea cara e com baixa cotação para o gestor que busca exibir obras, o saneamento básico tem relação direta com a saúde das pessoas e é uma das principais medidas para controle do Aedes aegypti, vetor da tríplice epidemia: dengue, zika e febre chikungunya.
“Saneamento é de fato o principal para controle de vetores. Você pode pensar em várias ideias mirabolantes, mas não consegue o mesmo efeito. O uso de fumacê não deveria ser a política principal de controle de vetores. Mas no Brasil isso se inverte. O programa principal é o controle químico e o saneamento básico é feito quando possível, até porque construir toda a rede não é uma ação barata. Além disso, não é vista. O governante que investe em saneamento não vai ter plaquinha para inaugurar”, afirma Fernanda Savicki de Almeida, engenheira agrônoma e pesquisadora em saúde pública da Fiocruz (Fundação Oswaldo Cruz).
Fernanda lembra que a falta de saneamento tem relação com inúmeras doenças, sendo a mais comuns a dengue, zika e chikungunya, além de outras doenças parasitárias e infecciosas.
Fonte: Do Campo Grande News
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