Entenda quais são os efeitos que o calor excessivo produz em seu corpo
O diretor científico da Sociedade de Cardiologia do Estado do Rio de Janeiro (Socerj), Claudio Tinoco, fez um alerta sobre os cuidados com calor excessivo. “Quando aumenta muito a temperatura, existe um risco de a gente entrar em um estado de desidratação, onde o corpo perde uma quantidade significativa de líquido. Isso faz com que o coração tenha que trabalhar mais, a pressão arterial pode cair, aumenta o risco de a pessoa ter um desmaio, que é a perda da consciência, e pessoas que têm problemas cardíacos podem ter até complicações sérias, como o acidente vascular cerebral (AVC) e até o infarto do miocárdio”.
O alerta feito serve como ponto de atenção num dos verões mais rígidos dos últimos anos, principalmente no sudeste do país. No Rio de Janeiro, até o dia 23 deste mês a temperatura em quatro dias superou os 40 graus.
Para conviver com esta rotina, é preciso tomar certos cuidados. Evitar exercícios físicos nos horários de pico do calor pois, segundo o especialista pode ter efeitos “devastadores” sobre o corpo, cérebro, os rins, o coração. É o chamado estresse térmico, em que a desidratação compromete inclusive a capacidade de a pessoa regular a temperatura do corpo.
“Ela perde muito líquido e não consegue fazer com que a temperatura interna do corpo seja rebaixada e isso vai acarretando danos ao organismo e pode até contribuir para a morte”.
Claudio Tinoco recomenda que as pessoas usem roupas claras e leves; bebam bastante água; prestem atenção aos sinais do organismo. “Se estiver com a cor amarronzada, mais escura, significa que a urina está muita concentrada e a pessoa está bastante desidratada, explica.
Para as pessoas que trabalham nas ruas, como ambulantes e guardas, por exemplo, a recomendação é beber pelo menos dois litros de água por dia.
Tinoco admite que o guarda-chuva ajuda a diminuir a incidência de raios solares diretos, mas lembra a importância, nessa época do ano, do uso do filtro solar.
O diretor de Publicações da Sociedade Brasileira de Angiologia e de Cirurgia Vascular (SBACV), Julio Peclat, observa que dois grupos são mais suscetíveis a problemas nessa época do ano: as crianças e os idosos, devido à perda de líquido corporal que pode representar um volume muitas vezes significativo na volemia, isto é, na quantidade total de sangue no corpo tanto de crianças como de idosos.
Peclat salienta que acontece também um aumento da incidência de inchaços nas pernas. “A questão da vasodilatação causada por esse calor leva os pacientes, sobretudo aqueles que têm varizes mais calibrosas, ao rompimento dessas varizes. Esse sangramento é muito comum nessa época do ano”.
Julio Peclat chamou a atenção para outro efeito ligado ao calor intenso, que é a erisipela. “Esses inchaços são causados por um retardo na absorção de líquidos nos membros inferiores e isso pode gerar uma infecção oportunista, muitas vezes uma micose entre os dedos ou uma fissura em uma pele desidratada, e uma bactéria pode entrar por aí e ocasionar o que é chamado erisipela e deve ser tratada imediatamente para não complicar”.
Outra orientação, mesmo para as pessoas que trabalham fora, é que a cada duas horas procurem levantar um pouco as pernas. “Colocar os membros inferiores para cima ajuda a drenagem postural dos membros, evitando também possíveis complicações”.
E hidratar a pele e fazer massagens antes de dormir amenizam. “Essa massagem, nesse movimento seguidamente, ajuda na drenagem das veias e dos vasos linfáticos, aliviando as possíveis complicações do calor”.
Para homens que usam terno e gravata, e também para as mulheres, a orientação do diretor da SBACV são as meias elásticas. O médico alerta, porém, que essas meias devem ser prescritas por um angiologista na compressão adequada ao paciente e adquiridas em lojas de material hospitalar.
A gastroenterologista Tábata Antoniaci lembra que é sempre bom consumir alimentos que possuem maior concentração de água. Entre eles, alface, beterraba, couve, tomate, aipo, rabanete, carambola, pepino, morango, melancia e melão.
Fonte: Alana Gandra - Repórter da Agência Brasil
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