Especialista alerta para perigos da automedicação em caso de suspeita de dengue

Não existe tratamento específico para a dengue
08/02/2020 12:00 Saúde
Foto: Reprodução
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Febre alta, dores musculares, dor nos olhos, mal-estar, falta de apetite, dor de cabeça e manchas vermelhas pelo corpo. Os sintomas são de dengue, porém dependendo do estágio, pode facilmente ser confundida com uma gripe forte.

Mas o que fazer diante dos primeiros sinais? Primeiro é importante saber que não existe tratamento específico para a dengue, ou seja, os medicamentos são utilizados apenas para amenizar os sintomas. Segundo, é que aos primeiros sintomas, não haja ingestão de medicamentos, mas sim, repouso e ingestão de bastante líquido. E se houver a necessidade de tomar medicação para aliviar febre ou dores deverão ser utilizados medicamentos à base de paracetamol ou dipirona, de forma correta e sempre com orientação profissional. É importante buscar um serviço de saúde, pois existem remédios comuns e de fácil acesso que podem ser perigosos se forem utilizados em casos de dengue.

“Medicamentos derivados de Ácido Acetilsalicílico ou sigla AAS são totalmente contraindicados em todos os casos de Dengue ou suspeita de Dengue porque são anticoagulantes ou antigregantes plaquetários e assim, aumentam o risco de sangramentos e hemorragias, pois a coagulação do paciente já está prejudicada pela redução de plaquetas”, alerta Adam Adami, Farmacêutico Especialista em Auditoria e Gestão da Saúde, e gerente Técnico de Medicamentos da Coordenadoria Estadual de Vigilância Sanitária.

Segundo ele, os Anti-inflamatórios não hormonais (ou não esteroidais) como o diclofenaco, indometacina, ibuprofeno, piroxicam, naproxen, sulfinpirazona, fenilbutazona, sulindac, diflunisal e o ibuprofeno, por exemplo, são todos contraindicados, pois também elevam o risco de sangramentos, tanto que alguns deles são suspensos antes de cirurgias médicas, e até para extração dentária. “De maneira geral, todos os antiinflamatórios podem aumentar a tendência hemorrágica na dengue e por isso são desaconselhados”, afirma o especialista.

Tipos de Dengue

De acordo com o Ministério da Saúde, existem três tipos de dengue: assintomática (sem sintomas), leve ou grave, que pode levar a morte. A febre alta de 39° a 40°C, está entre os primeiros sintomas da doença, seguida de dor de cabeça, dores pelo corpo e nas articulações, fraqueza, dor atrás dos olhos, coceira na pele, e em alguns casos, manhas vermelhas na pele.

O alerta para o tipo grave da doença é quando os sintomas vêm acompanhados de dores abdominais intensas, vômitos e sangramento das mucosas. Neste caso é de suma importância procurar uma unidade de saúde para diagnóstico e tratamento adequado da doença.

Em 2020, Mato Grosso do Sul já registrou mais de 9 mil casos notificados, sendo 2.040 confirmados e dez mortes causadas por dengue. Os dados são da Secretaria Estadual Saúde (SES).

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Campanha Educativa

Parceria entre Estado, Município, Governo Federal e instituições de saúde com o Conselho Regional de Farmácia (CRF) lançou uma campanha educativa para alertar a sociedade e promover a conscientização para os riscos de tomar medicamento por conta própria.

Os farmacêuticos podem contribuir de forma efetiva no enfrentamento da epidemia da Dengue, Zica e Chikungunya, por serem os primeiros profissionais que a população procura na hora de buscar medicação que pode ser vendida sem a necessidade de receita médica.

Por meio da campanha os mais de 3.500 profissionais farmacêuticos registrados no Conselho Regional de Farmácia do Estado, irão instruir a população para o uso racional dos medicamentos, e no caso das infecções por arboviroses, podem esclarecer dúvidas e orientar o paciente quanto ao medicamento mais seguro para ser utilizado em caso de sintomas como febre e dor, bem como a dose que deverá ser utilizada.

Desde 2016 está em vigor em Mato Grosso do Sul uma resolução que obriga farmácias e drogarias, públicas e privadas, a disponibilizarem uma lista contendo a relação de medicamentos contraindicados em casos de Dengue.

(com assessoria)

Fonte: Mylena Rocha / Midiamax

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