Fundação MS realiza pesquisas com controle biológico de pragas

05/10/2013 17:29 Saúde

O controle biológico vem ganhando espaço no Manejo Integrado de Pragas (MIP), principalmente em um momento em que se discute a produção integrada rumo à uma agricultura sustentável. O controle biológico consiste na regulação da população de plantas e animais por meio de seus inimigos naturais, ou seja, são insetos, fungos, vírus, bactérias, nematoides, entre outros, que realizam o controle das populações de pragas, mantendo-as abaixo do nível de dano, de forma natural, sem prejuízos ao meio ambiente.

Atualmente, é possível encontrar um crescente número de trabalhos com controle biológico de pragas agrícolas. Porém, ainda há uma carência de pesquisas nesta área e principalmente de transferência dessa tecnologia ao produtor rural, possibilitando que essas informações cheguem ao produtor de forma correta e direcionada para a realidade de cada região.

 

Foi pensando nessa realidade que a Fundação MS, que tem como objetivo realizar pesquisas agropecuárias e transferir essa tecnologia ao produtor rural através de publicações, dias de campo, palestras e apresentação de resultados, iniciou em 2013 pesquisas com controle biológico de pragas. As pesquisas são realizadas à campo e no laboratório de controle biológico, criado no início de 2013 pela Fundação MS em parceria com a Embrapa Agropecuária Oeste, a qual auxiliou na transferência da tecnologia de criação dos insetos.

A bióloga Juliana Simonato*, estudante de Mestrado da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS) e estagiária do laboratório de controle biológico, desenvolve seu projeto em parceria com a Fundação MS. “Inicialmente, estamos realizando pesquisas com seletividade de agrotóxicos sobre o percevejo predador Podisus nigrispinus, inimigo natural de lagartas de diversas culturas, incluindo soja, milho e eucalipto, e também com o percevejo fitófago Euschistus heros (percevejo-marrom da soja), inseto-praga de grande importância na cultura da soja”, revela a pesquisadora.

Ela explica que os estudos sobre seletividade são de grande importância, pois através desses resultados é possível optar por produtos que são seletivos, ou seja, que atinjam somente o alvo, que pode ser doenças, insetos-praga ou ervas daninhas, e que não afetem as populações de inimigos naturais que se encontram nos agroecossistemas, conservando a população destes insetos benéficos, permitindo assim, que o controle biológico aconteça.

“De nada adianta liberar inimigos naturais nas lavouras, ou mesmo ter a intenção de preservar as espécies que se encontram naturalmente no local, se não fizermos o uso de produtos seletivos, caso contrário, os inimigos naturais serão afetados e o controle biológico não surtirá o efeito esperado”, enfatiza.

A bióloga também explica que durante a safra 2013/2014, serão realizadas várias pesquisas com controle biológico na cultura da soja, visando a obtenção de informações e resultados que tornem o uso do controle biológico mais viável e aplicado às necessidades do produtor rural.

O uso indiscriminado de agrotóxicos tem causado uma série de problemas, como a resistência e o ressurgimento de pragas, pragas secundárias que se tornam pragas-chave, efeitos negativos sobre inimigos naturais, além da contaminação da água, do solo, alimentos e outros organismos vivos. “Dessa forma, através do controle biológico é possível reduzir o número de aplicações de agrotóxicos, gerando economia ao produtor e reduzindo os impactos no meio ambiente”, conclui a bióloga.

Fonte: Itaporã news

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