Hospital das Clínicas usa toxina botulínica para melhorar dor em órgão genital feminino
O uso da toxina botulínica (botox) para o tratamento da dor vulvar tem sido um dos recursos utilizados com sucesso pela Clínica de Ginecologia do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP (FMUSP). A aplicação da toxina paralisa os nervos, impede a contração da vulva e acaba com a dor.
Segundo a ginecologista Lana Aguiar, médica responsável pelo Ambulatório de Patologia Vulvar Benigna, a toxina botulínica é indicada em casos de pacientes que não respondem a outras formas de tratamento. O ambulatório atende, em média, de 5 a 6 casos por mês. No HC, o tratamento consiste em dieta alimentar com menos cálcio, medicação anestésica tópica, exercícios para fortalecimento da musculatura da pelve e acupuntura. São prescritos ainda antidepressivos e anticonvulsivantes que ajudam a diminuir a dor.
Dependendo do caso, adianta a médica, no primeiro mês de tratamento pacientes já apresentam melhoras significativas da dor. “O botox é a última opção para melhorar a dor e recuperar a autoestima e qualidade de vida da paciente”. A vulvodínia é uma doença sem causa definida, que provoca dores inexplicáveis na região vulvar, parte externa do órgão genital. Ela pode atacar um determinado ponto da vulva ou comprometer todo o órgão. Os sintomas são queimação, coceira, sensação de ardor, pontadas ou facadas.
As manifestações, constantes ou não, se intensificam com o uso de absorventes internos ou em casos de prolongada aplicação de pressão sobre a vulva, como o andar de bicicleta. Em muitos casos, a moléstia torna impossível a relação sexual. A doença acomete 16% da população feminina. A prevalência é em mulheres sexualmente ativas (18 a 40 anos) e menopausadas (acima de 50 anos).
A falta de conhecimento de especialistas sobre diagnóstico e intervenção apropriada faz com que pacientes apresentem história de múltiplas consultas médicas e uso de inúmeros medicamentos sem sucesso. O diagnóstico clínico, segundo a médica, deve ser criterioso e por exclusão de doenças, como HPV, candidíase, herpes, inflamação, neoplasia e, até mesmo, trauma de nervo da coluna provocado por queda.
Com informações da Assessoria de Imprensa- CCI/Instituto Central do HC
Fonte: USP
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