Justiça tem 700 casos de erros médicos em MS; 3 morrem após serem submetidas a sessões de quimiotera

21/07/2014 09:20 Saúde
Associação Beneficente de Campo Grande (ABCG) confirmou a morte de três pessoas que foram submetidas recentemente a sessões de quimioterapia no setor
Associação Beneficente de Campo Grande (ABCG) confirmou a morte de três pessoas que foram submetidas recentemente a sessões de quimioterapia no setor

O Estado de Mato Grosso do Sul tem mais de 700 casos de erros médicos na Justiça. A informação é da Associação de Vítimas de Erros Médicos de Mato Grosso do Sul (Avem-MS). Esta semana, três famílias de Campo Grande denunciaram as mortes de pacientes depois que elas passaram por sessões de quimioterapia na Santa Casa. Elas buscam saber os motivos que levaram às mortes.

Em nota divulgada ontem, a Associação Beneficente de Campo Grande (ABCG) confirmou a morte de três pessoas que foram submetidas recentemente a sessões de quimioterapia no setor de oncologia da Santa Casa. A administração do medicamento foi suspensa por tempo indeterminado e uma sindicância foi aberta para apurar os casos.

Uma das vítimas não teve o nome divulgado, porém duas delas foram identificadas como Carmen Insfran Bernard, 48 anos, e Norotilde Araújo Greco, 72. Carmen e Notorilde fizeram quimioterapia entre os dias 24 e 28 de junho na Santa Casa. A primeira morreu no dia 10 de julho e a segunda, um dia depois. Ambas apresentaram reações adversas ao medicamento e quando foram internadas, não resistiram.

O corpo de médicos observa o estado de saúde da quarta pessoa que apesar de ter passado mal após receber a medicação, se recupera bem. Ainda há a informação de que uma quinta pessoa teria recebido o mesmo fármaco, porém, ao contrário das outras, reagiu bem e não teve qualquer complicação.

Ainda na manhã de ontem, a ABCG convocou a Comissão Permanente de Óbitos, representantes da Vigilância Sanitária Estadual, da Secretaria Estadual de Saúde e da Secretaria Municipal de Saúde para uma discussão em busca de uma solução para o problema.

Até segunda ordem, o uso da referida droga está suspenso. As causas das mortes estão sendo investigadas e de acordo com o secretário municipal de saúde, o médico Jamal Salém, as sessões de quimioterapia devem continuar normalmente, no Hospital do Câncer, Hospital Regional, ou com outros produtos substitutos de mesmo princípio ativo.

Troca de fornecedor

Os órgãos envolvidos no caso vão apurar se a troca de fornecedor teve alguma ligação com as três mortes. “O hospital foi obrigado a procurar outro fornecedor porque o anterior estava sem o medicamento. É importante destacar que a nova empresa contratada funciona regularmente com autorização da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária)”, disse Salém, lembrando que o fato de que uma pessoa não apresentou reação negativa deve ser levado em consideração.

Na nota, a ABCG afirma que a santa casa ministra atualmente atendimento oncológico a mais de 600 pacientes, 200 deles submetidos a quimioterapia e 400 a hormonoterapia. A unidade de saúde segue rigorosamente todas as normas e protocolos estabelecidos pelo Ministério da Saúde e Anvisa, que já foi notificada a respeito dos óbitos registrados.

De acordo com o presidente da Associação de Erros Médicos, Valdemar Moraes de Souza algumas dessas famílias já procuraram a entidade, mas ainda não denunciaram oficialmente o fato. Por causa disso ele disse que prefere não se manifestar.

Erros Médicos

De acordo com Valdemar, os principais registros de erros médicos investigados pela Associação estão relacionados a perfurações na bexiga e problemas no parto.

Em Dourados, caso com grande repercussão foi a morte de um bebê no Hospital Universitário em 15 de abril de 2012. A mãe, Gislaine Nunes Ardigo, de 29 anos, contou na época que perdeu o filho depois da demora no atendimento que teria ocorrido dois dias depois.

“Eles tentaram fazer o parto normal, se debruçaram sobre minha barriga mas não a criança não nasceu. Saiu a cabecinha e quando viram que não nascia tentaram tirar a criança ‘a ferro’; depois o bebê foi empurrado para dentro para tentarem simular uma cesariana”, contou a mãe. O bebê morreu minutos depois de nascer e a mãe ficou com vários hematomas no abdome. O caso está sendo investigado pela Polícia Federal em Dourados.

 

Fonte: Valéria Araújo e Renan Nucci/Dourados Agora

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