Polícia começa a ouvir testemunhas após mortes em quimioterapia

23/07/2014 14:07 Saúde

A Polícia Civil de Campo Grande deve começar a ouvir, ainda esta semana, funcionários do setor de oncologia da Santa Casa de Campo Grande e parentes das mulheres que morreram durante o tratamento de câncer.

Foram abertos três inquéritos na 1ª Delegacia de Campo Grande, um para cada vítima. A delegada que conduz as investigações, Ana Cláudia Medina, informou que já começou a notificar as testemunhas.


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"Os inquéritos aqui estão analisando uma morte a esclarecer. Nós não temos ainda como apontar algum tipo de crime. No decorrer da investigação, após conclusões que as diligências nos trazerem, a gente vai indicar se houve crime ou não e qual tipo dele", explicou.

A polícia vai analisar também os prontuários das pacientes. A polícia vai solicitar ainda as informações levantadas pela comissão que investiga as mortes no hospital. Segundo a delegada, esse é um passo importante do trabalho porque vai auxiliar os investigadores com dados técnicos - que só quem trabalha na área consegue levantar.

Casos

Carmem Insfran, Norotilde Greco e Maria Glória morreram há quase duas semanas depois de passarem por sessões de quimioterapia na Santa Casa, entre os dias 24 e 28 de junho.

Suspensão

Segundo a Santa Casa, os lotes dos medicamentos cinco fluorouacil e ácido folínico, usados no tratamento das pacientes, foram suspensos no hospital. A manipulação destes medicamentos também está suspensa na unidade e agora é feita no Hospital do Câncer.

Comissão de investigação

Uma comissão foi criada dentro do hospital para investigar a morte de três mulheres após sessões de quimioterapia na Santa Casa de Campo Grande. O grupo é formado por médicos do hospital e por técnicos da Vigilância Sanitária estadual.

A presidente da comissão que apura o caso praticamente descarta que o problema tenha sido com a medicação. "Como nós não tivemos no resto do Brasil outros casos é pouco provável que tenha sido do medicamento. Mas, de qualquer forma, os técnicos da Anvisa vão fazer análises laboratoriais", informou.

Questionada sobre a possibilidade de falha humana como causa das mortes, a presidente respondeu que tudo será investigado. "A gente tem muita hipóteses. Não temos ainda ideia do que pode ter acontecido", ressaltou. Os técnicos da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) chegaram na segunda-feira à Campo Grande para ajudar nas investigações.

Técnicos Anvisa

Quatro técnicos da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) chegaram à Santa Casa de Campo Grande, na manhã da última segunda-feira (21), para iniciar a investigação das mortes de pacientes após quimioterapia.

O grupo foi levado para a sala da presidência, onde se reuniu com representantes do hospital. No mesmo dia, quatro funcionários do setor de oncologia da Santa Casa de Campo Grande foram ouvidos. Não foram divulgados os cargos dos colaboradores do setor, que é terceirizado, e tampouco o que eles disseram para a comissão. Os trabalhos do grupo prosseguem até a próxima quarta-feira (23).

Estão sendo analisados prontuários médicos das vítimas e de pacientes atendidos na oncologia da Santa Casa nos últimos três anos. Além disso, funcionários da clínica terceirizada, responsável pelo serviço no hospital, estão sendo ouvidos. Entre eles, o farmacêutico que manipulou os medicamentos.

 

Fonte: Do G1 MS com informações da TV Morena

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