Prefeitura não pretende implantar kit Covid
Nova onda entre os prefeitos, a distribuição de kits de medicamentos preventivos à covid-19 para pacientes suspeitos de terem contraído o coronavírus-ou em fase inicial de contágio-com sintomas leves, já se espalha com força por vários municípios do país. Na capital do Estado o protocolo já foi adotado, porém em Dourados não há sinalização positiva por parte das autoridades para distribuição do Kit, que é composto por fármacos como hidroxicloroquina, ivermectina, vitaminas D e zinco.
Em entrevista ao PROGRESSO, o Secretário Municipal de Saúde, Gecimar Teixeira, afirmou que o Kit também envolve questões políticas. "É uma situação que precisa ser avaliado por especialistas e técnicos no assunto. É um assunto delicado, que acaba entrando em questões politicas. Mas não posso deixar isso ser definido e decidido por anseios políticos! Prefiro deixar isso a critério do Núcleo Técnico (o qual é formado por médicos) e pelos infectologistas atuantes no enfrentamento Covid", frisou.
O médico Frederico de Oliveira Weissinger membro do núcleo técnico afirmou que não há comprovação cientifica da eficácia desses medicamentos em relação ao tratamento da covid-19. "Essa decisão de se deve haver disponibilização da medicação é da alçada da Secretaria e quanto a prescrição é a critério médico e da anuência dos pacientes, uma vez que não há comprovação efetiva sobre os efeitos das medicações. Além disso, entendemos que o tratamento deve ser individualizado, de acordo com sintomas e perfil do paciente", afirmou o médico.
Distribuiçao do Kit tem ganhado força na Câmara Municipal de Dourados
A distribuição do Kit de medicamentos tem ganhado força na Câmara Municipal de Dourados e vários vereadores querem que o protocolo adotado em Campo Grande também seja implantado em Dourados. Recentemente a vereadora Daniela Hall realizou seminário online com o médico toxicologista e nutrólogo Sandro Benites, coordenador do Centro Integrado de Vigilância Toxicológica (Civitox) e o deputado federal Luiz Ovando, que é médico cardiologista e defensor da causa. Durante a live, o médico ressaltou a importância da utilização dos medicamentos para salvar vidas.
Ele destacou vários estudos que estão dando certo no Brasil e no mundo e que a comprovação científica leva em torno de um ano para sair, tempo que muitos pacientes não terão para aguardar. O Conselho Regional de Medicina de MS, já deu parecer favorável a adoção de protocolos alternativos e recomenda que gestores disponibilizem medicamentos para o tratamento precoce que os médicos precisarem prescrever. Ressaltou a importância do Executivo tomar medidas para contribuir para que não haja o avanço da doença.
"Ou a gente faz alguma coisa agora ao invés de só esperar acontecer, ou poderemos ter um caos, em que os hospitais sim plesmente fecham as portas e os pacientes morrem na calçada por falta de leitos", ressalta. Sandro destacou ainda que como coordenador de Vigilância Toxicológica nunca viu nenhum caso de intoxicação por uso da ivermectina ou hidroxicloroquina, por exemplo. "São medicamentos simples, baratos e que salvam vidas, desde que utilizados de forma responsável com prescrição médica e no tratamento precoce", ressalta.
Na mesma linha o médico cardiologista e deputado federal Luiz Ovando destacou que é possível evitar o agravamento da doença com esses medicamentos e que eles têm dado resultados em várias localidades do País. O deputado sugeriu uma união de esforços da classe médica e política de Dourados em torno da adoção desse protocolo.
Fonte: Cristina Nunes / Dourados Agora
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