Remédio controlado está em falta há três meses na rede pública de Campo Grande
Há três meses, a família da aposentada Maria Aparecida Pequeno, 61 anos, precisa custear o medicamento utilizado no tratamento da doença de Cronh. Caracterizada por uma inflamação crônica no intestino, a enfermidade pode causar hemorragia intensa em poucos dias caso os cuidados não sejam tomados.
A Mesalazina 800 mg deveria ser fornecida pela Casa de Saúde, ligada à SES (Secretaria de Estado de Saúde), em Campo Grande. No entanto, conforme a filha da dona de casa, a turismóloga, Elizandra Pequeno Dutra, 36 anos, nos últimos meses as idas até a unidade farmacêutica têm sido em vão.
Desde o início do tratamento da mãe, há oito anos esta é a primeira vez que a família verifica um atraso tão prolongado no fornecimento do medicamento. “Neste período, o máximo que ela ficou sem remédio foi um mês”, relembra Elizandra.
Para não interromper o tratamento, a família tem desembolsado cerca de R$ 80 por mês. A aposentada vive com uma renda de R$ 1.000. “É preocupante, porque se os sangramentos intestinais não forem controlados, ela pode desenvolver câncer no intestino”.
Para ter acesso ao remédio, a dona de casa precisou recorrer à Justiça. No entanto, para garantir o fornecimento da medicação, é preciso apresentar laudo médico a cada três meses, o que exige que a família custei as consultas com gastroenterologista. “Pelo SUS, não se consegue consulta de três em três meses, por isso precisamos pagar”.
A reportagem do Campo Grande News questionou a SES que não confirmou a falta da medicação controlada nas farmácias públicas.
Judicialização - Medicamentos de uso controlado e alto preço costumam ser solicitados ao SUS (Sistema Único de Saúde) pela Justiça. No ano passado, a judicialização na saúde custou R$ 64 milhões aos cofres de Mato Grosso do Sul. Os pedidos judiciais de medicamentos, exames e procedimentos cirúrgico aumentam em média R$ 2 milhões por ano.
Fonte: Tainá Jara / Campo Grandes News
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