Secretário diz que HE será cobrado por equipamentos que deveriam 'existir' no HV
Camas sucateadas que estavam em uso dentro da unidade foram retiradas para reforma.. Foto: Thalyta Andrade
A partir desta segunda-feira, dia 1º de setembro, o gestor e total responsável pelo Hospital da Vida passou a ser a Secretaria Municipal de Saúde. Após quatro anos, o HE (Hospital Evangélico) saiu do comando da unidade de saúde, que é a referência para o atendimento de alta e média complexidade na região.
No entanto, conforme afirmado pelo próprio secretário municipal de saúde, Sebastião Nogueira, em entrevista ao Dourados News, a administração do HE ainda terá de prestar muitos esclarecimentos sobre a gestão dos últimos anos. A secretaria realizou nas últimas semanas um levantamento detalhado de patrimônio e também das condições estruturais do HV. Este trabalho apontou, por exemplo, um cenário de equipamentos comprados em nome do HV, mas que, fisicamente, não estão na unidade de saúde, ou seja, existem apenas no ‘papel’.
“Existiram muitas emendas parlamentares e convênios para compra de equipamentos em nome do Hospital da Vida e não os encontramos aqui. Vamos apurar a responsabilidade do HE nisso e cobrar. O que tiver de equipamento do HE aqui, será devolvido e substituído. E o que tiver de equipamentos do HV que deveriam estar aqui e não estão, deverá ficar esclarecido”, garantiu Nogueira.
O HE recebia mensalmente um montante de pouco mais de R$ 2,5 milhões da prefeitura para gerir o HV. Conforme Nogueira, a situação encontrada pela administração municipal foi de sucateamento e problemas com a infraestrutura de equipamentos da unidade de saúde. Uma pilha de camas enferrujadas que estavam em uso para os pacientes e foram retiradas para reforma, reflete a situação de ‘caos’ de acordo com a avaliação do próprio secretário. “Das coisas mais simples às mais complexas, não houve zelo algum com o patrimônio e com a estrutura para receber o paciente de forma adequada e humana”.
A reportagem do Dourados News flagrou pacientes amontoados em salas com pouquíssima ou nenhuma ventilação, outros em macas pelos corredores, ambientes com equipamentos e móveis desgastados, entre outros problemas. Em meio ao relato dos próprios pacientes, o atendimento dos profissionais que atuam na unidade é bom, e as críticas se concentram justamente nas condições de infraestrutura.
Mais leitos de UTI
Ainda de acordo com Nogueira, serão abertos no hospital como uma providência imediata e emergencial mais 10 leitos de UTI e 11 de semi-UTI (onde ficam pacientes em estado grave, mas com quadro mais estabilizado).
As obras já acontecem, mas o secretário não apontou uma data para a entrada desses leitos em operação. Com a mudança, o HV vai poder passar a disponibilizar um total de 20 leitos de UTI além dos de semi-UTI. “É algo em caráter emergencial. Encontramos espaços inutilizados e estamos fazendo essa mudança para que eles tenham um uso dentro de uma das necessidades urgentes do hospital, que é a disponibilização de mais leitos de UTI”, disse o secretário.
Além dessas obras que já estão em andamento, a secretaria informou já ter o processo licitatório para mais obras, dessa vez na infraestrutura total do prédio. Para essas obras, também, ainda não há prazo divulgado para início.
Fonte: Thalyta Andrade/Dourados News
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