Vírus da Zika pode originar doença rara que paralisa os membros do corpo
Pernambuco enfrenta um surto de microcefalia e agora registra o aumento de casos de uma síndrome neurológica rara. Os médicos investigam uma associação das duas doenças com o zika vírus.
Anderson só ouviu falar da síndrome de Guillain-Barré quando pegou a doença em maio e passou 11 dias internado no hospital. “Eu fiquei com a boca troncha, os pés e as mãos dormentes e a voz embolou”, conta Anderson Cleyton dos Santos, autônomo.
Ele entrou para a lista dos 80 pacientes tratados este ano no Hospital da Restauração do Recife. Todos tinham os sintomas da síndrome rara que atinge o sistema nervoso. Ela provoca febre, dificuldade de respirar, dores de cabeça e nas articulações, dormência e fraqueza nos pés e nas pernas.
Em casos mais graves leva à paralisia dos membros. Quarenta e dois casos foram confirmados em apenas 6 meses em Pernambuco. O número é três vezes maior do que os 14 registrados no ano passado.
Um aumento tão expressivo do número de casos da doença em tão pouco tempo acendeu o sinal de alerta. E os médicos do Serviço de Neurologia criaram um protocolo para investigar como cada paciente pegou a doença.
Sessenta e nove casos estão sendo monitorados através de exames de sangue e do líquido retirado da coluna dos pacientes. Quatro já deram resultado positivo para o zika vírus.
“O zika é um vírus que pode promover o comprometimento dos nervos periféricos, raízes nervosas e também do sistema nervoso central”, explica Maria Lúcia Brito, chefe de Neurologia do HR.
A associação do zika vírus como possível transmissor da síndrome de Guillain-Barré é novidade para os médicos, que também estão estudando se os casos de microcefalia no Nordeste também estão ligados ao zika.
“Estas manifestações tanto clínicas como neurológicas elas são relativamente recentes na literatura e em outros países”, esclarece Maria Lúcia Brito.
A maior parte dos casos da síndrome é provocada por infecções virais. E o zika é mais um entre os vírus transmissores da doença.
O mosquito Aedes aegypti, o mesmo causador da dengue e da chikungunya quando contaminado pelo zika vírus, pode transmitir a síndrome de Guillain-Barré e outras doenças neurológicas. Segundo os médicos, o combate ao mosquito ainda é a forma mais eficaz de se proteger.
Fonte: do Jornal Nacional
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