Entidade diz que 4G pode causar apagão em milhões de TVs no Brasil
A introdução do 4G/LTE na faixa de frequência de 700 MHz - ocupada atualmente por emissoras de TV - poderá causar interferências em milhões de televisores, segundo a Sociedade Brasileira de Engenharia de Televisão (SET). A apropriação do espectro está prevista para acontecer aos poucos, com início este ano, na tentativa de impulsionar o alcance da internet móvel que hoje é restrita à limitada faixa de 2,5 GHz.
Citando testes feitos pela Universidade Mackenzie, a SET alerta que a divisão do espaço prejudicará a recepção de TV digital, causando interrupção na programação, imagens congeladas e até tela negra. “Os resultados mostram que, nos casos críticos, é necessária uma combinação de diversas medidas como alterações das antenas, adição de filtros nos televisores e nos transmissores LTE”, diz Olímpio José Franco, presidente da SET.
Por considerar difícil a convivência na faixa de 700 MHz, a entidade sugere que a banda larga móvel seja posicionada em UHF, evitando um “apagão de milhões de residências que dependem da TV aberta". Além disso, para não reduzir adicionalmente os canais destinados à TV, torna-se necessário, na visão da SET, aumentar a banda de guarda entre os dois serviços.
A organização diz que é responsabilidade da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) criar requisitos técnicos e impor obrigações às operadoras para adoção de medidas que evitem as interferências sobre as recepções de sinais digitais. Entre as propostas está a revisão dos sistemas domésticos de recepção de TV dos monitores frágeis e antigos.
“A necessidade de reformular o parque doméstico de antenas de recepção implica em custos expressivos, que ainda precisam ser calculados, e num enorme desafio logístico. Também impõe aos profissionais da SET a responsabilidade de apoiar o desenvolvimento de profissionais e a especificação de equipamentos adequados a essa tarefa”, observa Franco.
A Resolução 625/2013 da Anatel estabelece que o 4G/LTE ocupe a faixa de frequência de 698 a 806 MHz, conhecida como a faixa de 700 MHz, adjacente à de 470 a 698 MHZ, que continua destinada no Brasil à TV aberta. Um leilão previsto para este ano vai definir as operadoras do espectro.
Fonte: Olhar Digital
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