Rede social do anonimato chega ao Brasil

25/05/2014 16:34 Tecnologia e Ciência
Reprodução.
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Apesar dos oito anos no Google e de ser considerado o 'pai' da rede social Google+, Vic Gundotra não surpreendeu quando anunciou seu pedido de demissão no mês passado. Três dias antes, boatos de que ele estava fazendo entrevistas em outras companhias circulavam pelo Vale do Silício, na Califórnia, depois da informação ser postada no Secret, aplicativo de rede social focado no anonimato do usuário.

Lançado nos EUA em janeiro, o Secret chegou ao Brasil nesta semana como parte de sua expansão global. A plataforma tem versões para os sistemas iOS e Android e não exige os mesmos dados que outras redes sociais. O perfil é criado a partir do número de celular e o usuário pode postar qualquer mensagem anonimamente para sua rede de amigos - baseada nos contatos da agenda do telefone - ou pessoas próximas encontradas por geolocalização.

"Criamos a plataforma para as pessoas serem mais honestas. Todo mundo tenta mostrar o melhor de si nas redes sociais, mas no Secret elas podem ser elas mesmas, dizer o que pensam, suas dúvidas e angústias", disse em entrevista ao Estado o presidente e cofundador do Secret David Byttow, ex-funcionário do Google que criou o aplicativo com o amigo Chrys Bader.

Com apenas cinco meses de existência o Secret já recebeu US$ 12 milhões de investidores e agora se tornou um aplicativo global. Ainda não há versão em português para o aplicativo, mas uma tradução deve ser lançada "se a gente perceber que os brasileiros se interessam pela plataforma", diz Byttow.

Nos Estados Unidos, o serviço virou uma febre, especialmente no Vale do Silício, onde está sendo usado consistentemente para o vazamento de notícias sobre empresas de tecnologia. A empresa, porém, não revela o número de usuários.

Byttow prefere contar suas experiências pessoais para explicar a validade do anonimato, como o caso de um amigo que queria conselhos para pedir a namorada em casamento.

O serviço tem sido questionado. O investidor Marc Andreessen, cofundador do Netscape, declarou que o Secret "estimula o comportamento negativo, colocando as pessoas para baixo" e questionou se seria ético investidores aportarem dinheiro no sistema.

Byttow defende sua criação alegando que o sistema oferece ferramentas para os usuários denunciarem qualquer abuso. "O Secret é um lugar onde você compartilha coisas que falaria em uma mesa de jantar com amigos, mas não diria em uma plataforma como o Facebook ou Twitter", diz.

O anonimato tem se mostrado uma tendência no mercado de tecnologia. Além do Snapchat, que recusou uma proposta de aquisição do Facebook por US$ 4 bilhões, o Whisper, que funciona de forma semelhante ao Secret, é outro aplicativo que ganhou popularidade nos EUA recentemente. Analistas de mercado apontam que uma maior ênfase do Facebook na privacidade é uma resposta ao crescimento desses serviços.

Fonte: LIGIA AGUILHAR - O Estado de S.Paulo

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