Eles são pobres, mas como sonham com um tablet, resolveram vender abacate
Que trabalho infantil é crime, todo mundo sabe, mas dá até dó censurar Everton e Cauã. Para comprar um “tablet”, os irmãos colheram os abacates no quintal de casa e há uma semana vendem a fruta por R$ 0,50 no bairro São Francisco.
É uma graça a cena dos dois meninos sentados na esquina entre a 14 de Julho e a Eça de Queiros, ao lado de uma carriola e com uma lousa onde fica o recado: “Vende-se abcate”. O erro na escrita chama a atenção de quem passa e virou a alma do negócio.
Everton Carlos Machado Mendes, de 12 anos e o caçula, Cauã Machado Mendes, de 8 anos, estudam de manhã, brincam à tarde, mas quando a noite chega, vão vender a mercadoria pertinho de casa, lá pelas 18 horas.
A ideia de comercializar abacates foi do mais velho. “Sempre via as pessoas nas ruas e então quis vender também”. A intenção das crianças é conseguir juntar dinheiro para comprar o computador. Eles já sabe que há modelos do aparelho que custam R$ 200,00.
Quem compra, pode levar o abacate pequeno por R$ 0,50, mas a fruta já madura e de tamanho grande custa R$ 2,00, preços definidos por eles mesmos. Até agora, o melhor dia de venda já rendeu aos garotos R$ 40,00.
Dia desses, os dois quase ficaram de castigo. A mãe determinou o retorno às 21h, mas eles não respeitam o horário e acabaram chegando em casa com a PM.
A mãe, a dona de casa Renata Pereira Mendes, deu a autorização para que o sonho vingue. “Não acho que tenha mal, eles estão fazendo isso para ter algo que querem. Eu não tenho condições para comprar.”
Além dos irmãos, ela é mãe de mais duas crianças. A família mora em uma casa bem simples, de madeira, perto dos trilhos da ferrovia.
Fonte: Campo Grande News
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