Prêmio milionário de apostador de Fátima de Sul se torna lenda urbana

27/11/2014 08:16 Variedades
Lotérica onde saiu o prêmio da Quina sorteado no dia 7 de novembro tinha fama de 'azarada', segundo proprietário (Foto: Giovani Oliveira).
Lotérica onde saiu o prêmio da Quina sorteado no dia 7 de novembro tinha fama de 'azarada', segundo proprietário (Foto: Giovani Oliveira).

Não há uma esquina em Fátima do Sul onde não se ouça falar do tal ‘bilhete premiado perdido’. Na roda de tereré, no bar, na conversa da vizinhança, no almoço de família, as teorias são muitas. O prêmio da Quina saiu no dia 7 de novembro. E começou aí uma história que acabou virando lenda urbana. Tudo porque como pode alguém ganhar R$ 2 milhões e não ir retirar a bolada? Pois foi isso que aconteceu.

“É um absurdo”. “Não pode ser”. “Inacreditável”. “Eu me matava”. Essas são apenas algumas expressões que estão correndo na boca do povo. “É o assunto da cidade. Todo mundo fica especulando quem foi que ganhou essa grana toda e não foi retirar. É uma história com muitas versões, está todo mundo curioso”, conta a jornalista Lucimara Luca Trindade, que mora no local, com aproximadamente 20 mil habitantes e distante 45 quilômetros de Dourados.

Lotérica ‘azarada’?

A versão mais recorrente é de que o ganhador seria um policial militar, atualmente aposentado e conhecido na cidade por fazer bolões da Mega Sena.

Ele já teria, inclusive, ganhado outros prêmios, mas não milionários como esse. As dezenas sorteadas foram 03 – 15 – 30 – 53 – 61 e pelo menos três números desses seriam aniversários de familiares do tal policial, que teria realmente perdido o bilhete.

“Quase a cidade inteira sabe que ele gosta muito de jogar. Ele joga direto e tem sempre esses três números de aniversários, os demais ele vai na base do chute. Mas esses três ele sempre joga. E nunca faz um jogo só também. O falatório é de que ele ganhou, mas jogou o bilhete fora, ou perdeu”, contou Leonir Vuleger, dono da ‘Lotefátima’, onde saiu o prêmio.

O estabelecimento que funciona há 17 anos na avenida 9 de julho, a principal de Fátima do Sul é a única casa lotérica do município. Leonir, que além de dono da lotérica também é um apostador, se disse chateado com a história, apesar de rir da ‘lenda’.

“Nunca tinha saído um prêmio grande aqui e quando sai a pessoa não retira o prêmio ou perde o bilhete. É triste isso né?”, contou o comerciante, que apesar de “#chateado” (como ele mesmo disse) acredita que o caso não abala o ‘marketing’ da situação. “Antes o pessoal falava que a lotérica era azarada e pé frio, mas agora não podem falar mais! Não deixo! A bolada saiu aqui e se o ganhador perdeu, a culpa não é nossa e o problemão é dele”, disse Leonir aos risos.

Caça ao lixo!

Para se ter uma ideia da dimensão que o ‘causo’ tomou, após a história de que o bilhete milionário foi perdido depois de ser jogado no lixo, começou então uma verdadeira ‘corrida maluca’ de várias pessoas ao lixão da cidade na tentativa de achar o dito cujo.

“Algumas pessoas foram para lá ver se encontravam o bilhete premiado. Acreditavam de verdade que poderiam achar ele inteiro ainda, apesar da chuva dos últimos dias e de todo o caminho que o lixo faz para chegar até lá. O prêmio é tão grande que muita gente fica cega mesmo, nem liga para nada, só acredita fielmente que pode ficar milionário. Virou uma lenda essa história”, contou Lucimara.

No 16º Batalhão de Polícia Militar da cidade, onde o suposto milionário azarado trabalhava, o falatório também é grande. Para os militares, a história não é lenda e faz sentido.

“Até onde a gente sabe realmente seria ele, mas não tem confirmação do próprio policial. Só que ele joga com muita frequência então todo mundo aqui acredita que faz sentido a história. Muitos participavam dos bolões que ele fazia com aquela ideia de ‘vai que ganha né’. Agora essa situação de perder o bilhete é curiosa demais. Deixa até quem não ganhou chateado e sentido!”, exclamou o comandante do batalhão, tenente coronel Welington Luís Santana Lopes.

O Dourados News tentou localizar e fazer contato com o ‘sortudo’ ou ‘azarado’ policial militar aposentado que seria o ganhador da bolada da Quina. Só que apesar de conhecido, ele está sumido. Portanto, a veracidade da história da perda do bilhete premiado será um mistério que já faz parte da história da cidade ‘Favo de Mel’, como é conhecida Fátima do Sul.

TUDO NÃO PASSA DE BOATO

Ao contrário do que muitos andam pensando por aí, o super prêmio de R$ 2 milhões não está perdido. O prazo para retiradas de qualquer prêmio da loteria junto à Caixa Econômica Federal é de 90 dias após a realização do sorteio. E, apesar de demorar e criar todo esse mistério e mobilização, o ganhador fátima-sulense – seja ele o policial ou não - já retirou a ‘bolada’, segundo informado pela Superintendência da Caixa em Mato Grosso do Sul ao Dourados News.

Fonte: Dourados News

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