Produtor rural de Nioaque é conhecido por andar nu e ter tido namoradas famosas

21/06/2015 13:57 Variedades
As éguas da propriedade de Ricardo têm nome de mulheres.. Valdenir Rezende/Correio do Estado
As éguas da propriedade de Ricardo têm nome de mulheres.. Valdenir Rezende/Correio do Estado

Para uns, ele é o “Indiana Jones”, outros afirmam que ele é o “homem das cavernas”, ou uma “figura” e têm os que preferem chamá-lo apenas de “Ricardão”, o produtor rural carismático e que costuma responder de maneira cômica a qualquer questionamento. Como o motivo de andar nu. “Nunca vi ninguém nascer com roupa”, diz ele, fazendo questão de ressaltar que “também nunca vou desrespeitar ninguém. Mas na nossa casa a gente anda como quer”.

É com esse respeito que recebeu a reportagem do Portal Correio do Estado, vestido de calça jeans e camisa xadrez. Mas depois de muita conversa, acabou deixando a “formalidade” de lado.

Para chegar até a casa de Roberto Brites, de 80 anos, é necessário percorrer quase 20 km de estrada de terra depois do centro de Nioaque - município localizado a 187 km de Campo Grande, capital de Mato Grosso do Sul. Da porteira da Fazenda São Lourenço, já é possível observar a casa rústica, feita em madeira. O local escolhido por ele viver, da maneira mais natural possível e  distante dos avanços tecnológicos.

A Vida Natural
De 'tecnologia', algumas lâmpadas, uma geladeira e um aparelho celular para manter o contato com os filhos. " O fogão a gás eu não uso, tem um botijão, mas eu nunca usei", relata. A água também não é encanada, vem de um poço artesiano construído nos fundos da propriedade. "Bomba de pôr no poço está aí! Está revisada, inteirinha, mas eu gosto é de puxar. Aqui a vida é bruta”, brinca o homem.

O jeito rústico também é percebido na rotina de Ricardo, cujo relógio biológico o faz acordar entre 3h30min e 4h e dormir às 19h. "Acordo, tiro leite de cabrita,tomo meu leite, faço tudo o que tenho que fazer depois pego caminhonete vou para Aquidauna, Jardim. Não tem lugar pra mim. É desse jeito que eu gosto', detalha o homem, que só lembra do aniversário dos filhos. O dele, precisam avisar."Nem sei que dia é meu aniversário, mas dos filhos, aí tem que lembrar".

Sobre a  recusa a comprar aparelhos eletrônicos, ele responde com outra pergunta. "Pra ficar fazendo o quê? Vendo quem matou, quem estuprou?", questiona.

Ele relata ainda que faz a queima do umbigo dos bezerros sozinho, já que a maioria dos peões não têm coragem. Os banhos são sempre frios, "de caneca" ou em um tanque artificial da propriedade,  as roupas são lavadas com uma tábua, à beira de um tanque e a alimentação também é calculada. Isso, sem contar que há quase uma década ele não come carne vermelha nem ovos.”Gosto de comida caipira, de sitio, sem esquecer do alface e do almeirão". Já acostumei com essa vida".

As 'amigas' e a 'família'
Esse "Ricardo”, que hoje vive de maneira sossegada na fazenda, conta que também é chamado de "Ricardão". Em uma "ostentação discreta", ele deixa subentendido que já foi muito “disputado” entre as mulheres. Na lista, que ele recusa a mencionar integralmente para preservar a imagens delas, têm atrizes e misses. “ Tinha amizade com as mais bonitas da época!”, brinca, se referindo especialmente a uma miss que virou atriz.

“Eu não era ciumento com ninguém. Era tipo touro no pasto. Touro não carrega um chifre? Eu tinha 500 mulheres, eu era chifrudo de todas. Agora, ruim é ser chifrudo de uma só. Aí eu acho triste”, brinca.

Ainda sem revelar o nome das namoradas que teve, ele mostra com orgulho as éguas quarto de milha. Coincidentemente, todas receberam nome de mulheres. “Tem a Débora, a Tereza, a Vanusa, a Lili, a Claudinha”.

Dos relacionamentos mais duradouros, Ricardo teve seis filhos, cinco mulheres e um homem. A morte dessas mulheres foi um dos motivos que o fizeram optar pela vida no campo.

Os negócios e as brigas
O jeito inquieto e o gosto pelo mato acompanham o fazendeiro desde a infância, quando morava em um Rancho no Estado de São Paulo.  “Com cinco anos de idade eu limpava tronco de café pra mãe rastelar. Com oito, eu derrubava mato no machado, junto com o pai, a mãe e duas irmãs. Quando deu 13 anos, eu falei mãe , não me leva a mal, mas vou embora da casa.

Apesar de ter "trocado" a vida do campo pela cidade, o "trabalho pesado" continuou, como ele mesmo conta. "Eu fui furar fossa e carpir lote. Sozinho no mundo!", brinca.

E nesse estado de "abandono" é que Ricardo acabou se envolvendo em várias brigas e também com muitas mulheres bonitas. O jeito espontâneo fez com que ele fosse convidado para trabalhar no comércio como corretor de imóveis e depois como vendedor de automóveis. "Fui o maior corretor daquele centro de São Paulo. Ganhava dinheiro que nem água e brigava muito", lembra.

"Cheguei a ter de 30 e poucos processos, acredite se quiser. Em Penápolis, eu peguei dez anos de cadeia, mas só que não entrei na cadeia. Voei para o Paraná", revela ele, afirmando ser esse o outro motivo que o fez desgostar da vida urbana.

 

Fonte: Maressa Mendonça, do Correio do Estado

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