Cabeleireira que entrou em briga de casal em Três Lagoas e matou homem, diz que foi acidente

Joice tinha clientes da alta sociedade três-lagoense e hoje divide cela com a secretária de Esporte Marisa Rocha, presa por tráfico de drogas
23/03/2019 13:58 Justiça
Cabeleireira disse que interveio no desentendimento porque uma criança, que seria filha de Camilo e Larissa, dizia que pai batia na mulher.(Foto: Reprodução/TVC)
Cabeleireira disse que interveio no desentendimento porque uma criança, que seria filha de Camilo e Larissa, dizia que pai batia na mulher.(Foto: Reprodução/TVC)

A cabeleireira Joice Espíndola da Silva, de 35 anos, acusada do assassinato do vendedor Camilo de Freitas da Silva, à época com 28 anos, falou sobre o ocorrido pela primeira vez e alega que foi acidente. Ela interferiu na briga da vítima com a esposa, quando passava de carro pelo bairro Bom Jesus da Lapa, em Três Lagoas.

A cabeleireira que tinha clientes da alta sociedade três-lagoense, hoje divide cela com outras cinco mulheres, entre elas, a secretária municipal de Esporte, Marisa Rocha, presa há três semanas por suposto envolvimento com o tráfico de drogas.

Em entrevista autorizada pela Justiça ao JP News e acompanhada de três advogados, Joice contou que não teve intenção de matar Camilo. “Eu jamais pensei em tirar a vida de qualquer pessoa. Foi uma fatalidade, um acidente. Só agi em legítima defesa do meu filho”, disse.

Enquanto aguarda julgamento, Joice trabalha na cozinha do presídio e também é a cabeleireira da cela.

A versão - Camilo foi esfaqueado durante uma discussão com Joice, no dia 20 de maio de 2018. Ele estaria agredindo a esposa Larissa Fontoura, de 20 anos.

Joice passava pelo local com três filhos, de 18, 16 e 11 anos. A cabeleireira disse que interveio no desentendimento porque uma criança, que seria filha de Camilo e Larissa, dizia que pai batia na mulher.

“Como a criança respondeu isso, eu já estava ligando para a polícia. Nisso, o Camilo começou a me xingar. Meu carro ‘afogou’ e ele veio em minha direção, totalmente alterado. O meu filho, que tinha 16 anos, desceu do carro e eu comecei a ficar desesperada”, disse.

Como voltava da festa de aniversário da filha, Joice tinha um kit churrasco no carro. “Os dois começaram a discutir e eu peguei o kit, que tinha uma faca, e fui até eles. O Camilo me viu com o objeto na mão e eu mostrei que estava com a faca. Ele avançou e eu me posicionei no meio [dos dois] e creio que foi o momento da facada. A camiseta ficou vermelha, o Camilo viu que tinha um corte e tentou estancar o sangue. Eu imaginei que a ferida ia dar um ponto [cirúrgico] apenas”, contou.

Joice disse que não conhecia Camilo e Larissa. “Eu sei que é difícil para a família dele. Mas, estou dando a minha versão do que ocorreu porque somente nós estávamos lá. Também é difícil para minha família”.

A cabeleireira diz que não fugiu após o crime, mas alega que foi tirada do local pelo marido por medo de ser agredida. Ela afirma ter passado quase três dias na casa de amigos, antes de se entregar à polícia e que ficou desesperada ao saber da morte e ser “taxada como um monstro”.
Após três tentativas de obter liberdade, o juiz da 1ª Vara Criminal de Três Lagoas, Rodrigo Pedrini, determinou o júri popular.

Joice garante estar preparada para enfrentar o júri. “Tenho muita fé em Deus. Tudo não passou de um acidente. Não tenho antecedente criminal, sou mãe e sempre trabalhei. Nunca precisei passar por cima de ninguém para conquistar o que tenho. Só espero que a justiça seja feita e que eu possa dar a minha versão sobre tudo. Qual mãe que não se posicionaria na frente do filho 10 vezes se fosse preciso?”, indagou.

Fonte: Danielle Valentim / Campo Grandes News

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