Cliente que matou e carbonizou advogado é condenado a mais de 20 anos de prisão

Crime bárbaro que chocou Dourados em fevereiro de 2017 teve desfecho nesta terça-feira, com julgamento do réu confesso pelo Tribunal do Júri
28/03/2018 06:33 Justiça
Juliander Alcântara foi preso em fevereiro de 2017, dois dias após o crime (Foto: Sidnei Bronka)
Juliander Alcântara foi preso em fevereiro de 2017, dois dias após o crime (Foto: Sidnei Bronka)

Submetido ao Tribunal do Júri na tarde desta terça-feira (27), Juliander de Oliveira Alcântara, de 26 anos, foi considerado culpado e condenado a 20 anos e oito meses de reclusão pelo assassinato do advogado Valmir Leite Júnior, morto a facadas e carbonizado no porta-malas do próprio carro no dia 15 de fevereiro de 2017 em Dourados. A sentença assinada pelo juiz Cézar de Souza Lima estabeleceu regime inicial fechado. 

Com 33 anos à época do crime, a vítima atuava justamente na defesa do autor, que já respondia processo por tentativa de homicídio. O corpo foi encontrado carbonizado no porta-malas do próprio carro, um Ford Fusion localizado em chamas pela PM (Polícia Militar) às 6h30 do dia 16 de fevereiro do ano passado em uma área remota do bairro Estrela Verá.

“Narra a peça acusatória que, no dia 15.2.17, por volta de 23h, próximo ao lixão do bairro Estrela Vera, em Dourados-MS, o acusado desferiu golpes de arma branca contra Valmir Leite Júnior, causando-lhe ferimentos que o levaram à morte. O motivo fora fútil, não aceitar que a vítima o repreendesse sobre o andamento do seu processo, além do recurso que dificultou a defesa, ataque de surpresa quando o ofendido urinava em local pouco movimentado e no período noturno. Após o homicídio, o réu destruiu o cadáver da vítima, carbonizando-o no interior do porta-malas de um veículo”, relatou o magistrado.

Após as argumentações apresentadas desde às 13h30 de hoje por acusação - que coube ao MPE-MS (Ministério Público Estadual) - e defesa - feita pela Defensoria Pública –, sete jurados responderam às questões que nortearam o julgamento do réu confesso. E por maioria o condenaram pelo homicídio e pela ocultação do cadáver.

 

Com isso, o juiz responsável por presidir o Tribunal do Júri estabeleceu a pena de 20 anos e 8 meses de reclusão com regime inicial fechado. “O acusado aguardou o julgamento preso, registra diversas passagens policiais, inclusive por homicídio tentado, era foragido do sistema penal, fatos que demonstram a alta periculosidade do denunciado e que é pessoa violenta, com grande possibilidade de voltar a delinquir, em clara ameaça à sociedade. Ainda nada indica que permanecerá no distrito da culpa, pois não comprovou emprego lícito e nem residência fixa. Desse modo, para garantia da ordem e aplicação da lei penal, necessária a manutenção da segregação cautelar do réu”, definiu o magistrado na sentença assinada às 17h.

Fonte: André Bento / 94 FM Dourados

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