Defesa de foragido da Vostok confirma apresentação neste domingo no DF
José Roberto da Rosa afirma que Polaco deve se apresentar neste domingo à PF em Brasília. (Foto: Henrique Kawaminami)
Até então considerado foragido pelas autoridades policiais, o corretor de gado José Ricardo Guitti Guimaro, o “Polaco”, deve se entregar à Polícia Federal neste domingo (16) em Brasília, a fim de ser cumprido o único mandado de prisão preventiva que se encontrava pendente na Operação Vostok. A informação é do advogado José Ricardo da Rosa, acionado pela família de “Polaco” para atuar no caso e segundo quem o procurado estava em região inacessível –o que impediu de se apresentar até o momento.
Rosa entregou neste sábado (15) uma petição de ato voluntário na Superintendência da Polícia Federal em Campo Grande às autoridades, na qual seu cliente se coloca à disposição das autoridades. “A família (de Polaco) fez contato comigo ontem, no início da noite, e como tenho a intenção de trabalhar apenas com réu presente, fiz o petitório e o entreguei à autoridade competente colocando meu cliente à disposição para, a partir de agora, cumprir o mandado de prisão”, disse o advogado.
Polaco foi alvo de buscas em Mato Grosso do Sul e na cidade de Trairão (PA), onde tem endereços vinculados ao seu nome. O advogado não confirmou o local exato onde seu cliente estava, porém, informou que ele não estava no Estado.
“Ele estava em um local meio inacessível e, por isso, pedi ao delegado pelo menos 24 horas para ele se entregar. Muito provavelmente, como a força-tarefa da Polícia Federal está se deslocando para Brasília, devo fazer a apresentação dele no Distrito Federal”, destacou Rosa, apontando que Polaco estava há mais de três mil quilômetros da Capital.
“Ele trabalha com corretagem de gado em um local que não pega telefone. Um dia depois (da operação ser deflagrada, em 12 de setembro) soube da situação. A família ficou em pânico e, quando fui consultado, disse que o melhor caminho era a apresentação, encarar o problema de frente e trazer as informações necessárias”.
A estratégia sobre como Guimaro vai atuar na Vostok ainda será motivo de discussão entre cliente e advogado. “Não sei a linha de atuação dele, se quer continuar com a ideia inicial de uma colaboração premiada ou se vai apenas figurar como um dos investigados. Vamos sentar para organizar isso”. Até aqui, o que se sabe é o foco da apuração: “envolve a JBS e a canalização de valores que supostamente seriam destinados a políticos, no qual o sr. José Ricardo seria um dos responsáveis pela operacionalização dos valores. É disso que vamos prestar contas no inqúerito”.
A expectativa é de que, depois de Polaco se apresentar, preste depoimento entre segunda e terça-feira –dentro do prazo de prisão temporária, de cinco dias, válido para os outros réus.
Vostok – Sob o nome da estação russa na Antártida que registrou algumas das mais baixas temperaturas do mundo –alusão às notas frias sob investigação–, a Vostok apura um esquema de pagamento de propina por meio de simulações de vendas de gado, denunciado por executivos do grupo J&F (controladora da JBS) e envolvendo pecuaristas e políticos.
Ela cumpriu 41 mandados de busca e apreensão e 13 de prisão temporária. Entre os alvos estavam Rodrigo Souza e Silva, filho do governador Reinaldo Azambuja (PSDB), o deputado estadual Zé Teixeira (DEM), o conselheiro do TCE (Tribunal de Contas do Estado) e ex-secretário de Estado de Fazenda, Márcio Monteiro e Ivanildo Miranda (delator da Lama Asfáltica). O prazo máximo para as detenções se expira neste domingo (16).
Fonte: Humberto Marques e Mirian Machado / Campo Grandes News
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