Idoso de 64 anos é despejado na rua e não tem para onde ir
Sem ter para onde ir, idoso estava desesperado na tarde de ontem após ser despejado no meio da Rua. Ele procura por ajuda já que está sem teto e ao re
Adaildo Lucindo dos Santos, de 64 anos, foi despejado da casa em que residia na manhã desta segunda-feira e teve todos os móveis colocados na rua. Até a tarde de ontem os pertences dele estavam em área em frente ao Ginásio Municipal Ulisses Guimarães. Desesperado, e sem ter para onde ir, ele pediu ajuda da população.
Uma conhecida do idoso, a advogada Cleidenice Garcia de Lima Vitor, disse que vai procurar o Ministério Público para denunciar o que ela considera como descaso a dignidade humana.
A advogada explicou que Adaildo morava em uma residência cedida há 35 anos na Rua Santos Dumond, na área central de Dourados. No local, ele construiu uma pequena borracharia que era a forma de sobrevivência dele. Segundo a advogada que está fazendo um serviço voluntário, o despejo não seria ilegal se a parte interessada tivesse garantido um local dígno para acomodar os móveis e o idoso.
Conforme ela, o proprietário da casa havia cedido a moradia para o idoso que só tinha o interesse de morar lá. Porém em 2010, segundo ela, o proprietário da casa entrou na Justiça para fazer a retirada de Adaildo.
“Como ele não tinha para onde ir, ingressamos na Justiça com o recurso de Usocapião, já que são 35 anos no local. A justiça considerou improcedente. Estamos recorrendo da decisão e buscando um acordo em relação a borracharia que ele construiu no local, que era seu único meio de sustento”, acrescenta, observando que este processo não transitou em julgado e que a Justiça ainda avalia o recurso impetrado pela advogada no sentido de manter o idoso em sua casa.
Adaildo é sozinho e, segundo conta, não tem família. Ele disse que, há cinco dias estava sem comer e estava se sentindo fraco. Há cerca de 15 dias ele estava buscando reverter a ordem de despejo. “Eu estou aqui sozinho, ao relento com os meus móveis jogados para fora. Não posso sair daqui porque meus móveis estão no relento. Não sei o que será da minha vida agora. Não tenho mais a quem recorrer. Estou desamparado pelo poder público”, destaca.
De acordo com a advogada, o idoso é analfabeto e não possui o benefício da aposentadoria. “Tenho a certeza de que a Justiça vai reconsiderar este caso e não deixar este idoso desamparado”, considera. Segundo ela, a medida de procurar a imprensa é uma forma de pedir ajuda da população para socorrer o idoso. “Ele precisa de um teto para morar de forma digna. Estamos falando de um trabalhador”, destaca.
Legislação
De acordo com o artigo 65 da Lei do Inquilinato, findo o prazo assinado para a desocupação, contado da data da notificação, será efetuado o despejo, se necessário com emprego de força, inclusive arrombamento.
“Os móveis e utensílios serão entregues à guarda de depositário, se não os quiser retirar o despejado. O despejo não poderá ser executado até o trigésimo dia seguinte ao do falecimento do cônjuge, ascendente, descendente ou irmão de qualquer pessoa que habite o imóvel”.
Fonte: Valéria Araújo para o Dourados Agora
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