Juiz bloqueia R$ 200 mil de loja de luxo que teriam origem no tráfico de drogas
A 3ª Vara Federal de Campo Grande decretou o bloqueio de até R$ 200 mil de valores que estiverem na conta bancária de uma loja feminina que, aberta em fevereiro de 2017, teve seu CNPJ baixado. A intenção é verificar se o negócio foi aberto ou mantido com recursos do tráfico de drogas, conforme apontam indícios levantados na Operação Kratos.
Assinada na quinta-feira (18), a decisão do juiz Bruno Teixeira atende a pedido de reconsideração do MPF (Ministério Público Federal) em pedido de bloqueio de bens da loja, localizada na Vila Planalto, em Dourados (a 233 km de Campo Grande). Conforme a acusação, a ex-companheira de um dos investigados –Thales Antunes Cordeiro, preso durante as apurações – estaria à frente de uma loja feminina, “aparentemente, de alto padrão”, que teria sido constituída com recursos do tráfico.
Dados bancários e fiscais obtidos mediante pedido de quebra de sigilos indicaram que a proprietária do estabelecimento, em 2014 e 2015, não teria poder econômico para montar ou manter o empreendimento.
Teixeira admitiu que o bloqueio de bens seria pouco eficiente, mas anotou que os valores, se ainda existirem, seriam advindos, conforme os “veementes indícios”, do tráfico de drogas. Ele limitou o bloqueio a R$ 200 mil “a fim de assegurar crédito estimável devido ao réu Thales Antunes Cordeiro”, em valor mínimo de R$ 1 mil. Contudo, em pesquisa nos sistemas da Receita Federal, o CNPJ do estabelecimento não foi localizado –outros sistemas de busca comercial apontam que a inscrição foi “baixada”.
Na mesma decisão, o juiz determinou que os denunciados Fernando Trenkel e Jean Carlos Flores Gomes sejam defendidos pela Defensoria Pública da União, diante da falta de manifestação de seus advogados no processo.
Kratos – A Operação Kratos foi deflagrada em 14 de maio para investigar um esquema de tráfico de drogas e lavagem de dinheiro a partir da fronteira entre Mato Grosso do Sul e Paraguai, com mandados cumpridos em Ponta Porã e Aral Moreira. As drogas eram despachadas em compartimentos ocultos em carros e caminhões, com o lucro da operação sendo convertido em imóveis, veículos e estabelecimentos comerciais, apontou o MPF.
Thales Antunes Cordeiro foi apontado como líder da organização. Também foram acusados Juscelino Cesar Cordeiro Azevedo (pai de Thales), Renato Pazeto Franco, Fernando Trenkel, Jean Carlos Flores Gomes e Fernando Sarate de Oliveira –este um motorista preso com 106 kg de cocaína.
Ao ser preso, Thales tentou se desfazer de dois aparelhos telefônicos para impedir o acesso ao conteúdo.
Fonte: Humberto Marques / Campo Grandes News
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