Juiz revoga prisão um dia após acusado de sequestro ir para penitenciária
Armas, munição, celulares, dinheiro e toucas encontrados com quatro homens presos domingo em Dourados. (Foto: Campo Grande News)
Flagrado com armas de uso restrito e acusado de sequestro e cárcere privado, Luiz Carlos Gregol, 39, o Tatá, detido na noite de domingo (30) em Dourados, a 233 km de Campo Grande, ficou menos de 48 horas preso. Um dia após ser levado para a PED (Penitenciária Estadual de Dourados), ele foi libertado na tarde de ontem, por decisão do juiz da 2ª Vara Criminal, Marcus Vinícius de Oliveira Elias.
Os outros três homens presos com ele, Alex dos Santos Botelho, 23, Roberto Nunes de Lara, 24, os dois moradores em Paranhos, e Gilson Alves Maccari, 23, residente em Amambai, continuam presos.
Na audiência de custódia, realizada segunda-feira (31), Marcus Elias transformou em prisão preventiva o flagrante dos quatro acusados, detidos na noite de domingo suspeitos de planejar crimes de pistolagem em Dourados.
A quadrilha foi presa pela Polícia Militar após sequestrar e manter em cárcere privado um homem de 25 anos, morador no Jardim Universitário, região norte da cidade. O grupo estaria atrás de informações sobre os autores de um duplo homicídio ocorrido no dia 8 de julho, em um lava-rápido na Rua Coronel Ponciano.
Na decisão, o juiz afirmou que, além de garantir a ordem pública, a manutenção da prisão vai permitir que a vítima e as testemunhas tenham mais liberdade para dizer o que realmente sabem sobre o caso “e, por consequência, a segregação assegurará a aplicação da lei penal”. Os suspeitos foram transferidos ainda na segunda-feira da cela da 1ª Delegacia de Polícia Civil para a penitenciária.
O advogado de Luiz Carlos Gregol, o douradense Maurício Nogueira Rasslan, pediu a revogação da prisão preventiva, argumentando que seu cliente é primário, possui endereço certo e ocupação lícita e que não irá prejudicar o andamento das investigações.
Com parecer favorável do Ministério Público à revogação da prisão, Marcus Elias concedeu a liberdade a Tatá Gregol, mas determinou pagamento de fiança de três salários mínimos, o proibiu de manter contato com Adriano de Oliveira, a vítima do sequestro, e não sair do Estado sem autorização judicial.
O pedido de liberdade provisória dos outros três acusados ainda não foi analisado pelo juiz e eles continuam recolhidos na PED. O Campo Grande News apurou que a advogada de defesa ainda não apresentou o comprovante de endereço deles à Justiça.
Duplo homicídio – Luiz Carlos é pai de Gabriel Zanotim Gregol, 18, e irmão de Carlos Domingos Gregol, 38, executados por pistoleiros em um lava-rápido na Rua Coronel Ponciano, no dia 8 de julho deste ano. Ele também seria alvo do atentado, mas escapou ileso.
Gregol e os outros três homens foram presos após a Polícia Militar receber denúncia de sequestro ocorrido no Jardim Universitário, região norte de Dourados.
Equipes da Força Tática descobriram que a quadrilha tinha sequestro Adriano de Oliveira, 25, e o mantinha em cárcere privado. O grupo queria informações sobre os autores do duplo homicídio do lava-rápido. Vizinhos viram quando homens armados chegaram à casa de Adriano e o colocaram numa Toyota Hilux preta.
Nas proximidades do local, no cruzamento das ruas Passo Fundo e Cider Cerzosimo de Souza, os policiais abordaram a caminhonete. O rapaz sequestrado estava no veículo e contou aos PMs que os acusados foram até sua residência encapuzado e o obrigaram a entrar no carro, questionando sobre a morte de Gabriel e Carlos Gregol.
Em vistoria na caminhonete os policiais encontraram duas toucas ninja, uma corda, fita adesiva, um rádio comunicador, celulares, três pistolas e carregadores com munição. Dentro da caminhonete foi encontrado um controle remoto com a anotação de um endereço.
Os policiais foram até a casa, na Rua Oliveira Marques, no residencial Monte Cristo, onde Luiz Carlos Gregol foi preso após os policiais encontrarem uma pistola calibre 380 com dois carreadores municiados e diversas anotações, apreendidas e encaminhadas a Polícia Civil. Durante a autuação em flagrante, os quatro permaneceram em silêncio.
Fonte: Por Helio de Freitas, do Campo Grande News
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