Justiça bloqueia R$ 246 milhões em bens de 37 acusados de corrupção
André Scaff, quando prestou depoimento em maio, na primeira fase da Operação Midas, do Gaeco (Foto: Marcos Ermínio/Campo Grande News)
O juiz Alexandre Antunes da Silva, da 1ª Vara de Direitos Difusos, Coletivos e Individuais de Campo Grande, determinou o bloqueio de R$ 246 milhões em bens de 37 pessoas e empresas envolvidas em esquema de corrupção. O procurador da Câmara Municipal, André Luiz Scaff, é um dos alvos.
O montante de bens indisponibilizados resulta da soma dos bloqueios determinados em cinco ações civis de improbidade administrativa.
O MPMS (Ministério Público de Mato Grosso do Sul) informou os nomes de apenas dois réus – Scaff e a mulher dele, Karina Ribeiro Mauro Scaff.
Os dois foram alvos da Operação Midas – que teve duas fases no ano passado – e chegaram a ser presos. A força-tarefa investigou esquema de pagamento de propinas envolvendo servidores, empresas e integrantes do poder Executivo e Legislativo municipal.
Ainda conforme informou o MP, por meio da assessoria de imprensa, os 37 réus são acusados de corrupção e o bloqueio de bens foi pleiteado para garantir o futuro ressarcimento aos cofres públicos.
As cinco ações tramitam em segredo de Justiça e o Ministério Público não deu mais detalhes.
A assessoria de imprensa divulgou apenas um trecho da decisão de Alexandre Antunes, que considerou “que os documentos colacionados aos autos demonstram suficientemente a existência de fundados indícios da prática do ato de improbidade administrativa por parte dos requeridos”.
O advogado de Scaff, José Wanderley Bezerra, disse apenas que o cliente dele não foi notificado da decisão ainda.
Preso três vezes – Na manhã do dia 18 de setembro do ano passado, o procurador e a mulher dele, Karine Ribeiro Mauro Scaff, foram presos. O procurador já havia sido preso em maio, por posse ilegal de munições, encontradas durante varredura em endereços ligados a ele.
A Operação Midas investigou crimes de corrupção ativa e passiva, lavagem de dinheiro, associação criminosa e falsidade ideológica.
Scaff foi o principal alvo da força-tarefa e era suspeito de receber propina no valor de R$ 3 milhões, para aditar e renovar contratos de empresas prestadoras de serviços com a Prefeitura de Campo Grande, no período em que foi secretário de finanças, na gestão Gilmar Olarte – que durou de março de 2014 a agosto de 2015.
Depois de saber da investigação contra ele, o procurador tentou interferir “efetivamente” na condução da apuração, segundo o Gaeco.
Em um diálogo, flagrado por meio de interceptações telefônicas, o procurador mencionou “de forma depreciadora” que os promotores seriam “molecada” e que não teriam conhecimento de seu “tamanho”.
Foi quando Scaff acabou preso pela terceira vez em 8 de outubro.
Histórico - Servidor concursado desde março de 1985 na Câmara Municipal, André Scaff fazia o papel de coordenador-geral de apoio jurídico, conforme consta no Portal da Transparência do Legislativo. Hoje, ele está afastado do cargo.
Ele atuava na assistência jurídica das sessões e atuou também no apoio à CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) do Calote, que culminou na cassação do então prefeito Alcides Bernal (PP) e, por consequência, a tomada de comando da Prefeitura de Campo Grande por Olarte.
Como secretário de Finanças, em agosto do ano passado, último mês que ficou no cargo, uma vez que Bernal reassumiu a prefeitura no dia 27 de agosto de 2015, Scaff recebeu R$ 13.836,49, mostra o Portal da Transparência do município.
Fonte: Por Anahi Zurutuza, do Campo Grande News
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