Justiça concede liberdade a policiais acusados em esquema de contrabando
Moacir (de azul) continuará preso e Alaércio (de branco) deve deixar a prisão nesta quinta-feira (12). (Foto: Clayton Neves)
A Justiça Federal concedeu liberdade aos policiais rodoviários federais Alaércio Dias Barbosa e Paulo Henrique Xavier, presos desde julho em operação que desarticulou um esquema de contrabando de cigarros através da fronteira de Mato Grosso do Sul. O policial Moacir Ribeiro da Silva Netto, que também foi preso na operação teve o pedido negado.
No pedido de liberdade feito à justiça, a defesa de Alaércio alegou que a suposta participação do cliente no esquema, seria de “pouca expressão” e que também não haveria risco do policial voltar a assumir o cargo, pois já é aposentado.
Na decisão, o juiz Bruno Cezar da Cunha Teixeira, da 3ª Vara da Justiça Federal de Campo Grande acatou aos argumentos, mas arbitrou fiança para que o policial fosse liberado e também estabeleceu outras medidas cautelares. “Amanhã pela manhã iremos até o presídio, acertar os detalhes da soltura”, comentou o Wellyngton Ramos Figueira, que atua na defesa de Alaércio.
Os acusados estão detidos no Centro de Triagem Anízio Lima, no complexo pena de Campo Grande.
Prisões - Os três policiais rodoviários estão presos desde 31 de julho, quando foi deflagrada a Operação Trunk da PF (Polícia Federal), decorrente de investigação iniciada em 2018. Escutas telefônicas revelaram que Moacir chegou a atuar como batedor de carga ilegal da quadrilha. Ele era lotado no posto da PRF de Rio Brilhante, e Alaércio, do Posto Capey. Na acusação, consta que Xavier fazia parte do núcleo operacional, sendo um dos gerentes do esquema.
A operação – As investigações que levaram à operação tiveram início em julho de 2018, com a apreensão de caminhão carregado com 430 mil maços de cigarro do Paraguai. No transcorrer das investigações foram 19 carregamentos apreendidos em caminhões e carretas e 26 pessoas presas.
Segundo a PF, os valores de produtos ilícitos apreendidos, em contagem superficial, ultrapassam R$ 70 milhões. As investigações demonstraram a participação de policiais e de um agente político na organização criminosa. A identidade do político ainda é desconhecida. Ainda conforme a PF, os policiais envolvidos no esquema recebiam propina para facilitar a entrada do cigarro contrabandeado no território nacional e para circulação nas estradas.
A denúncia do MPF descreve a hierarquia da organização criminosa. Os setores são chefia, núcleo operacional e de apoio logístico, núcleo financeiro, núcleo responsável pela corrupção de policiais, e núcleo de agentes policiais responsáveis pela facilitação do contrabando.
No topo, são apontados como chefes Francisco Job da Silva Neto (preso em MS) e José Antônio Mizael Alves (preso em São Paulo). No núcleo operacional, são destacados três gerentes: Irismar Gadelha Soares (vereador de Riacho dos Cavalos, na Paraíba), Fernando da Silva e Paulo Henrique Xavier (preso em MS).
Fonte: Adriano Fernandes e Geisy Garnes / Campo Grandes News
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