MPE vai tentar acordo com fazendeiros para conter turbidez do Rio da Prata

Audiência de conciliação será realizada nesta quinta-feira (23) no Tribunal do Júri do Fórum de Bonito
23/05/2019 06:09 Justiça
Rio da Prata tomado por lama em novembro de 2018. (Foto: Arquivo)
Rio da Prata tomado por lama em novembro de 2018. (Foto: Arquivo)

Representantes do Ministério Público Estadual e fazendeiros da região de Bonito se reunirão nesta quinta-feira (23) no Tribunal do Júri do Fórum da cidade, para uma audiência de conciliação em busca de alternativas para conter a turbidez do Rio da Prata, conhecido internacionalmente pelas suas águas cristalinas, mas que atualmente foram tomadas pela lama.

Esta noite (22) uma audiência pública na Câmara Municipal de Bonito, também buscou ouvir instituições, empresários e a população da cidade sobre suas reclamações, informações e demandas a respeito do problema.

Para amanhã também são esperados representantes do Imasul (Instituto do Meio Ambiente de Mato Grosso do Sul) e a Agesul (Agência Estadual de Gestão de Empreendimentos), durante o embate. Conforme o Poder Judiciário, pelo menos 12 ações civis públicas de dano ambiental foram reunidas para que seja buscada uma saída conciliatória entre ambientalistas e fazendeiros.

A audiência em Bonito foi determinada pelo desembargador Alexandre Bastos, da 4ª Câmara Cível, relator do agravo de instrumento que trata do assunto. A turbidez das águas dos rios de Bonito tem se agrava nos últimos meses, comprometendo o principal potencial turístico da cidade a 257 quilômetros de Campo Grande.

Segundo o MPE, o motivo para que as águas fiquem com lama é a atividade realizada por agricultores na região. Mas a preocupação vai além do conflito de interesse entre turismo e agricultura. “O que está em jogo é a preservação de um dos maiores ativos ambientais do Estado, a transparência das águas de Bonito”, comentou o desembargador.

Rio de lama – Pela denúncia, o plantio na região de Bonito e Jardim estão influindo na micro-bacia do Rio da Prata, afetando sua qualidade. O MPE indica que deve haver uma solução integral do dano ambiental, pelas práticas de plantio sem a observância das curvas de nível e caixa de contenção, mas também do plantio e pastagem em áreas com utilização dos “drenos”, bem como de outros mecanismos potencialmente lesivos ao meio ambiental "ecologicamente equilibrado".

A discussão já alcançou até o Senado, que também promoveu uma audiência pública ontem à noite (21) para abordar o tema. Convocada pelo senador Nelsinho Trad (PSD) e pelas comissões de Meio Ambiente, Agricultura e Reforma Agrária e Desenvolvimento Regional e Turismo, a audiência levou setores do turismo, poder público e agronegócio, mas recebeu críticas por ter deixado de fora o terceiro setor, a ongs e ambientalistas.

Fonte: Adriano Fernandes / Campo Grandes News

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