Superintendente do Incra-MS vê ocupação como “exagero”

19/08/2014 10:13 Justiça
Grupo de integrantes do MST invadiu e ocupou prédio público na manhã de ontem (Foto: Adriano Moretto).
Grupo de integrantes do MST invadiu e ocupou prédio público na manhã de ontem (Foto: Adriano Moretto).

A ocupação da sede do Incra-MS (Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária em Mato Grosso do Sul), iniciada ontem em Dourados por integrantes do MST (Movimento dos Trabalhadores Agrários Sem Terra) permanece, ainda sem previsão de término.

A superintendência do Incra entrou na Justiça com um pedido de reintegração de posse do prédio, e mantém o posicionamento de não negociar as pautas reivindicadas pelo grupo de aproximadamente 450 pessoas até que o espaço público seja desocupado e os funcionários possam voltar a desenvolver suas atividades.

Conforme o superintendente do Instituto no Estado, Celso Cestari, a ocupação é um “exagero desnecessário”, tendo em vista o “bom diálogo” que existiria entre o órgão e os movimentos sociais.

“Sempre mantivemos um relacionamento muito estreito e de bastante diálogo com os movimentos sociais no Estado, e considero essa movimentação de ocupar um prédio público e impedir terceiros de buscarem atendimento junto ao órgão um exagero. Manteremos nossa posição de não negociar nada até que o prédio seja desocupado, até porque esta é uma recomendação nacional neste tipo de situação”, disse o superintendente.

Ainda conforme Cestari, as pautas dos manifestantes, que basicamente giram em torno de uma cobrança por maior infraestrutura de trabalho do Incra no Estado e que os processos para reforma agrária caminhem com maior agilidade, vão de encontro aos interesses do próprio órgão.

“Nós recebemos uma pauta geral do movimento, e esses pontos que eles colocam são de nosso interesse também. Essa questão de concurso público, por exemplo, e mais funcionários para poder encaminhar os processos. Isso também é um anseio nosso, mas é preciso entender que as coisas estão andando dentro do tempo necessário para que se desenvolvam. Nos assentamentos, as políticas públicas também caminham. Então não vemos necessidade deste tipo de ação de ocupação de um prédio público, até porque o diálogo para negociações sempre esteve aberto”.

O caso

Ontem pela manhã, o grupo de pelo menos 450 pessoas montou um acampamento nas áreas interna e externa da sede do Incra em Dourados, localizada na Vila Progresso. Os integrantes do MST mantém posicionamento afirmando que só irão se retirar do local após o encaminhamento das pautas reivindicadas pelo grupo, que giram em torno da cobrança por maior agilidade nos processos para reforma agrária e também por uma solução efetiva na situação de sete acampamentos, alguns deles que esperam há quase 10 anos pela finalização do processo de destinação de lotes.

Fonte: Dourados News

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